A Faixa de Gaza está à beira de uma grave crise humanitária, com escassez iminente de comida e água potável, o alerta foi dado pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), nesta quinta-feira (12). Israel impôs um bloqueio total ao território após o ataque do grupo terrorista Hamas no sábado (7), desencadeando um conflito que já resultou em 2,8 mil mortes.
Hoje, o país anunciou que o território enfrentará falta de energia, água e alimentos até que os aproximadamente 150 reféns capturados pelo Hamas durante o ataque terrorista de sábado sejam libertados.
“É uma situação terrível a que estamos vendo evoluir na Faixa de Gaza, com alimentos e água escassos e esgotando rapidamente”, disse Brian Lander, vice-chefe de emergências do PMA, à Reuters.
Segundo informações da ONU, mais de 340 mil pessoas, dentre os mais de 2 milhões de habitantes do território, foram obrigadas a deixar suas casas desde o início dos ataques.
"O PMA está no local, está respondendo e estamos fornecendo alimentos a milhares de pessoas que procuraram abrigo em escolas e em outros locais do território. Mas vamos ficar sem comida muito em breve", informou Lander.
Na última segunda-feira (9), o governo israelense impôs um bloqueio que proíbe não apenas a entrada de alimentos e água, mas também de combustível e eletricidade na Faixa de Gaza. Além disso, todos os pontos de passagem para fora do território foram fechados.
“As pessoas que procuram abrigo e se esforçam para sobreviver neste ambiente só vão entrar em situações cada vez piores com o passar do tempo”, afirmou Lander.
De acordo com informações da BBC, o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) expressou preocupação com aproximadamente 50 mil grávidas na Faixa de Gaza, que estão privadas de acesso a serviços essenciais de saúde e até mesmo água potável. Destas, 5.500 estão previstas para dar à luz no próximo mês.
Além disso, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) também alertou nesta quinta-feira que o combustível para os geradores dos hospitais em Gaza está prestes a se esgotar. A organização afirmou que, devido ao bloqueio, não é possível reabastecer os estoques de medicamentos do território.
Fabrizio Carboni, diretor regional do CICV, declarou: "Sem eletricidade, os hospitais estão em sério risco de se tornarem necrotérios."