A Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos esteve envolvida na operação de espionagem contra a Alemanha que levou ao suposto recrutamento de um funcionário da inteligência alemã e renovou a revolta em Berlim, disseram nesta segunda-feira (7) dois altos funcionários norte-americanos familiarizados com o tema.
O diretor da CIA, John Brennan, foi convocado a informar membros-chave do Congresso norte-americano sobre a questão, que ameaça uma nova ruptura entre Washington e um importante aliado europeu, declarou uma das autoridades. Não ficou claro se e quando Brennan irá falar aos parlamentares, e a CIA não quis comentar o assunto.
No fim da semana passada, o escritório do Promotor Federal da Alemanha, sediado na cidade de Karlsruhe, no oeste do país, emitiu uma declaração informando que um homem de 31 anos foi preso sob suspeita de ser um espião estrangeiro, e que as investigações estavam em andamento, sem oferecer mais detalhes.
Políticos alemães disseram que o suspeito, empregado do serviço de inteligência estrangeira da Alemanha, admitiu ter passado a um contato norte-americano detalhes sobre uma investigação de um comitê parlamentar sobre as supostas escutas reveladas por Edward Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA.
Os funcionários dos EUA que confirmaram o papel da CIA falaram sob anonimato e não deram mais informações. O secretário de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, recusou-se a comentar a desavença.
?O relacionamento que os Estados Unidos têm com a Alemanha é incrivelmente importante. Trata-se de uma parceria estreita em uma série de temas de segurança, incluindo alguns de inteligência?, afirmou Earnest.
? Todas estas coisas são de alta prioridade, não somente para este governo, mas para este país. Por isso vamos trabalhar com os alemães para resolver esta situação apropriadamente.
?Se as reportagens estiverem corretas, seria um caso sério?, declarou a chanceler alemã, Angela Merkel, em uma entrevista coletiva à imprensa em Pequim, na China.
A mídia alemã relatou que o suposto espião, cujo nome não foi revelado, foi detido a princípio pela suspeita de ter contatado agentes da inteligência russa, mas depois admitiu ter trabalhado com os norte-americanos.
O suspeito trabalhou para o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha.