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Acidente na Índia é o primeiro do mais moderno avião da Boeing; veja detalhes da aeronave

A decolagem é a segunda fase de voo em que mais acidentes fatais acontecem, segundo as estatísticas disponíveis. O pouso é a primeira

Acidente na Índia é o primeiro do mais moderno avião da Boeing | Foto: Imagem: Media_works/Shutterstock
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O acidente desta quinta (12) na Índia é o primeiro envolvendo um modelo da família 787, a mais moderna linha de aviões da Boeing. A tragédia atinge a gigante aeroespacial americana em um momento de recuperação de sua imagem, após uma série de problemas.

Com efeito, suas ações caíram 8% nas negociações antes da abertura do mercado nos Estados Unidos. Mas ainda é muito cedo para saber os motivos da queda, ainda que haja alguns indícios a analisar.

Os vídeos disponíveis em redes sociais mostram o avião perdendo altura com o trem de pouso ainda levantado, logo após a decolagem em Ahmedabad. Isso sugere algum tipo de perda de potência, embora somente a análise das caixas-pretas do 787 poderão explicar.

QUEDA LOGO APÓS A DECOLAGEM

Segundo dados de sites de rastreio de voo, como o Flightradar24, o avião subiu apenas 190 metros a partir da pista, que fica 61 metros acima do nível do mar. Esses dados podem ser algo imprecisos, mas indicam a rapidez com que a catástrofe se desenrolou, dificultando tempo de reação dos pilotos.

A decolagem é a segunda fase de voo em que mais acidentes fatais acontecem, segundo as estatísticas disponíveis. O pouso é a primeira. Este foi o 12º avião perdido pela Air India em 78 anos de operações. O mais recente acidente com morte havia ocorrido em 2020.

O avião da Air India, de matrícula VT-ANB, havia sido produzido em 2013 e entregue em 31 de janeiro de 2014. Ele é um 787-8, o primeiro modelo introduzido da família, com capacidade para 256 passageiros na configuração da empresa.

MAIS DETALHES DA AERONAVE

Apesar de nunca ter sofrido uma perda total ou acidente com mortes, o 787 tem um histórico conturbado no quesito segurança, em parte inerente às características revolucionários de seu projeto, mas também aos problemas de qualidade de produção enfrentados pela Boeing nos últimos anos.

O modelo é o primeiro do mundo com maior parte da estrutura, 80% em volume e 50% em peso, feita de materiais compostos de carbono. Isso passou a ser padrão na indústria, adotado pelo rival mais novo Airbus A350, por exemplo, devido à economia de combustível que o peso menor proporciona.

O 787 é um avião com alta complexidade de sistemas digitais. O emprego de baterias de íon-lítio recarregáveis, inédito então, gerou a primeira grande crise para a aeronave, que voou pela primeira vez em 2009 e entrou em serviço comercial em 2011 pela japonesa ANA.

Foto: Reprodução/X

O programa do 787, que tem o nome fantasia Dreamliner (avião dos sonhos, em inglês), custou mais de US$ 30 bilhões e irá se pagar quando talvez 2.000 aeronaves forem vendidas. Até aqui, 1.189 foram produzidas, e há mais 2.137 encomendadas para atender rotas de longa distância, a configuração 9, tem até 14 mil km de alcance.

O que é possível dizer é que o acidente ocorre no momento em que a empresa começava a se recuperar de uma crise bem maior, da qual os problemas recentes do 787 haviam sido apenas uma parte. A questão mais vistosa envolveu os best-seller 737 MAX, a nova linha do avião mais popular do mundo.

(Com informações da FolhaPress - Igor Gielow)

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