Piauienses desenvolvem máscaras para profissionais da saúde

Duas iniciativas, uma em Parnaíba e outra em Teresina pretendem ajudar na confecção de equipamentos de proteção individual de profissionais da saúde que tratam dos pacientes contaminados.

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Duas iniciativas no Piauí pretendem ajudar profissionais de saúde no árduo trabalho nos hospitais, em meio à pandemia do coronavírus. Uma no litoral do Piauí, outra em Teresina e pretendem ajudar na proteção de profissionais da saúde que tratam dos pacientes contaminados.

Pesquisadores da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar) com apoio da startup TRON Ensino de Robótica Educativa desenvolveram uma máscara em modelo resistente, reutilizável e de baixo. O protótipo Delfi-Tron está em fase de testes. 

Inicialmente a máscara foi desenvolvida com o objetivo de passar por testes mínimos, levantando assim uma equipe de profissionais como médicos, doutores em biotecnologia, farmácia e química para que o EPI chegasse a um protótipo exequível e fácil de se fazer.

 À frente do desenvolvimento do equipamento, Gildário Lima, doutor em Física e docente da UFDPar explica as propriedades  “É reutilizável porque o material pode ser lavado com álcool em gel e ela utiliza um filtro que é extremamente acessível, à  base de algodão, que você encontra por um preço acessível”, detalha o pesquisador, que acrescenta que um profissional deve, então, higienizar a máscara e trocar o filtro sempre que necessário.

Protótipo de máscara produzida em Parnaíba | Crédito: Divulgação

“O material utilizado basicamente na máscara é o PLA, composto que de acordo com nossos pesquisadores não oferece nenhum dano à respiração. Ele simula um plástico, também biodegradável e pode ser performado de tal maneira a manter uma porosidade da qual o  vírus não penetra”, conta.

Além disso, os pesquisadores conseguiram um grande avanço nas fases de testes e associações do filtro do EPI  “ Melhores testes apontaram para a construção de um filtro à base de algodão associado à filtros de café. Inclusive nos testes, essa associação mostrou resultados superiores à máscara N95, a mais indicada para esse uso” , disse Gildário.

Quanto à fabricação, todo o princípio de criação da máscara tem por objetivo facilitar a produção, uma vez que existem milhares de impressoras 3D em laboratórios de escolas, paradas. Segundo informações disponibilizadas pela TRON Ensino de Robótica Educativa, estima-se que uma máscara custe entre R$ 5,00 a R$ 15,00 dependo da escala de produção. Uma impressora amadora (R$ 1.400,00 a R$ 3.500) é capaz de produzir 5 máscaras a cada 24 horas. 

“É uma preocupação muito grande nesse momento porque existem milhares de ideias, só que entre a ideia, testar, funcionar e obter o resultado prático requer uma dedicação, conhecimento e um pouco de controle. Nós estamos tentando seguir ao máximo os protocolos da áreas da saúde e os protocolos da Anvisa, fazendo os testes que nós achamos necessários frente à essa situação”, consta.

A expectativa é que essa máscara já esteja em produção na terça-feira (24), fase e que os profissionais da saúde realizam os últimos testes. Junto com a  Delfi-Tron, também será lançado um aplicativo que vai coletar informações de uso dos profissionais que receberam o EPI. Diariamente os pesquisadores terão um retorno para aprimorar o protótipo e liberar novas informações. 

Para que as máscaras cheguem aos profissionais, é preciso doações

Aproximadamente um time de 30 pesquisadores estão envolvidos diretamente na elaboração da máscara. Profissionais da área de  química, biotecnologia, física, farmácia, áreas da saúde, engenheiro mecânico, designer em 3D e projetistas que realizam o trabalho no laboratório de biotecnologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba.

Mas para que as máscaras cheguem aos profissionais de saúde, os pesquisadores precisam de doações. Foi feita uma vaquinha online para comprar mais máquinas de impressora em 3D e insumos para a produção. Além disso, Gildário Lima relata que está catalogando todas as máquinas em 3D no Piauí para que todos possam se juntar e imprimir em vários pontos distintos.

“O foco das máscaras é abastecer inicialmente os profissionais de saúde”, frisa.

A proposta e fases da nova tecnologia podem ser acessadas em tron-edu.com/mascara. Para contribuir, basta acessar o link http://vaka.me/950362 

Em Teresina, pesquisadores também desenvolvem máscara 3D

Máscara confeccionada em impressora 3D | Crédito: Divulgação

Outro grupo de pesquisadores, desta vez teresinense, sensível à luta contra o avanço do coronavírus, desenvolveu uma máscara para ajudar profissionais de saúde que estão na linha de frente da doença. A máscara está sendo confeccionada em impressora 3D e tem o mesmo modelo do que já está sendo usado na Espanha.

A ideia surgiu de um grupo de discussão formado por estudantes, empresários, médicos e enfermeiro que produziram o modelo face shild, que protege a face contra respingos da boca.

“Tem a máscara que os médicos e enfermeiros colocam no nariz, mais tem essa outra que é como um suporte e evita os respingos da infecção. Estamos produzindo para que eles possam só acoplar o acetato tornado mais rápido o processo e eles podem estar lavando”, detalhou Professor, Joselé Elias Martins, especialista em análise de sistemas.

Ela é composta de material plástico resistente onde um engate de uma liga dá sustentação para que seja anexado o contorno para proteção dos profissionais. “Esse é um grupo de pessoas que tem impressoras 3D em Teresina, vimos um modelo fora que outros países estão disponibilizando e adaptamos a nossa realidade”, Joselé.

Esse acessório pode ajudar a impedir que pessoas infectadas levem o vírus adiante. Com boca, nariz e face cobertos, os fluídos desses pacientes não entram em contato com outras pessoas ou objetos, limitando o espalhamento da doença, principalmente aos profissionais de saúde.

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