Eduarda Lemes desenvolveu acne aos 9 anos de idade. Embora para muitos seja considerada uma fase transitória que surge na adolescência e desaparece completamente na vida adulta, essa não é a realidade da jovem, que atualmente tem 23 anos. “Começou a surgir alguns comedões [também conhecidos como cravos] aos 9 anos, na região da testa. As crianças tinham o rosto sem sinal algum, e eu com a pele ‘pipocada’. Entre 11 e 12, vieram as acnes conglobatas, que tenho até hoje. E são essas as acnes que deixam cicatrizes na pele e são enormes.” (As informações são da Revista Marie Clarie)
NÃO GOSTAVA DE TIRAR FOTOS: Isso fez com que, logo cedo, ela se comparasse com outras meninas. “A minha autoestima sempre foi baixíssima. Não gostava de tirar fotos com as minhas amigas e me achava a patinha feia da turma, essa é a verdade. Sei que é feio usar essa palavra, mas me sentia um monstrinho”, diz. As acnes se tornaram motivo de preocupação na adolescência, momento em que Eduarda e os pais começaram a procurar médicos, em especial uma ginecologista.
“Achávamos que poderia ser algo hormonal, mas não era. A situação estava bem complicada e me afetava bastante. Além da dor física, tinha a dor emocional. Muitos não sabem que uma pessoa com acne severa passa por diversas situações constrangedoras. Vivia com dor, todos os dias. Doía na hora de lavar o rosto, dormir, até mesmo a água que caía do chuveiro era incômoda e para abraçar alguém. Se eu andava pela casa e batia em alguma coisa, era terrível”, relata ela.
BULLYING DEIXAVA EDUARDA AINDA MAIS RECLUSA: Um dos motivos que a deixava ainda mais reclusa, era o bullying. “Qualquer pessoa que está fora do padrão, passa por isso. Sofri muito com comentários, tanto de pessoas mais velhas, que chegavam até mim dizendo que eu precisava testar essa ou aquela receita para melhorar as espinhas. Uma vez, falaram que eu precisava orar, tomar suco integral de uva com inhame, e eu fiz, tentei de tudo”, começa.
TEM MAIS DE 100 MIL SEGUIDORES NO TIKTOK: No TikTok, Eduarda acumula mais de 100 mil seguidores e seus vídeos já ultrapassaram milhões de visualizações desde 2022. Em suas postagens, ela retrata sua realidade, tendo como principal objetivo desmistificar a acne, evidenciar a realidade e oferecer apoio para outras pessoas que enfrentam situações similares.
LIBERDADE COM AS REDES SOCIAIS: Para Eduarda, as redes sociais a libertaram. “Quebrei o medo e me livrei do julgamento quando comecei a criar conteúdo. Antigamente, eu colocava diversos filtros nas minhas fotos, e tomei a iniciativa de mostrar o meu verdadeiro eu”. Agora, ela compartilha o seu novo tratamento, acompanhado de um dermatologista.
COMEÇOU A FAZER TRATAMENTO: O tratamento começou há sete meses e Eduarda já consegue ver a diferença. “Estou fazendo o tratamento com o roacutan, e tem uma mística por trás desse medicamento que assusta, mas estou me sentindo ótima. Na verdade, nunca me senti tão bem. Os resultados começaram a aparecer cedo. Agora que iniciei, não quero parar. Claro que é um tratamento longo, eu não tenho previsão de alta e não sei quanto tempo pode durar. Ainda assim, ficam as cicatrizes, que serão tratadas depois.”
SAIBA MAIS SOBRE ACNE: A acne, uma doença de pele comum, não se restringe à adolescência e pode atingir níveis graves. Na dermatologia, é classificada em vários tipos: acne vulgar, que geralmente surge na adolescência e cessa por volta dos 20 anos; acne recorrente, que reaparece após os 25 anos; acne persistente, que se inicia na adolescência e pode persistir até os 45 anos; e acne tardia, que surge após os 25 anos de idade.
O QUE DEFINE A GRAVIDADE DA ACNE? "De acordo com alguns especialistas, o que define a gravidade é a quantidade de lesões: até 10 lesões, seria algo leve, e acima de 50 já consideramos um caso grave. Mas se um paciente está se sentindo mal, o número não importa. A pior sequela da acne é a cicatriz, seja apenas uma ou 50", disse o dermatologista Jonathan Alves Sobrinho.