Hospital: Infecção preocupa órgãos de vigilância e população de todo o Piauí

Nos últimos anos vem crescendo o número de casos notificados de infecção hospitalar.

Imagem ilustrativa - Homem em cama de hospital. | Reprodução
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No último dia 18 de outubro, o estudante de Direito, Hélio Quirino de Sousa, de 27 anos, faleceu em um hospital de Teresina após complicações decorrentes de um procedimento cirúrgico. A mãe do rapaz, Maria Valdivino Quirino, alega que a morte se deu por negligência do hospital, que não teria dado a devida atenção ao caso de Hélio.

Antes de vir a óbito, o rapaz passou por três internações. A primeira foi com o objetivo de fazer a troca de uma válvula peritoneal (derivação ventrículo peritoneal). Feita a troca, Hélio teve alta e voltou para casa.

Depois, o jovem precisou ser internado novamente por conta de uma retenção de líquidos, passando por novos exames e sendo medicado. Teve nova alta, mas três dias depois começou a sentir muitas dores e febre alta, com temperaturas na casa dos 40 graus. Nova internação e, desta vez, foi constatada a necessidade de um outro procedimento cirúrgico.

A suspeita da mãe é de que o jovem tenha sido acometido por uma infecção hospitalar enquanto se recuperava da segunda cirurgia.

"Eu estou indignada. Estão me escondendo algo. Isso porque me deram os laudos das duas primeiras internações, mas não o da terceira. Nos dois primeiros laudos, há a comprovação de que ele estava se recuperando bem", disse a mãe, alegando ainda que o jovem foi encaminhado tarde demais a uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "Vejo que só mandaram ele pra lá quando não havia mais jeito", lamenta a mãe, ainda muito abalada.

Outro caso que causa sofrimento em toda uma família é o da idosa Raimunda Santos, de 70 anos. Ela encontra-se internada depois de contrair infecções depois de passar por intervenções relativas a uma ponte de safena e também de uma operação mamária.

Depois dos procedimentos, a expectativa era de que ela deixasse o hospital em duas semanas, mas a internação já dura mais de três meses por conta das complicações bacterianas. "Ela sofre muito, principalmente pelo fato de que as medicações são intravenosas", disse a neta de Raimunda, Amanda Soares.

Nos últimos anos vem crescendo o número de casos notificados de infecção hospitalar, principalmente por conta de um maior esclarecimento por parte da população, que cada vez mais conhece as características e o alcance desse tipo de problema.

É a realidade apontada por Lucimar Lima, da coordenação estadual de controle de infecções hospitalares, da gerência de estabelecimentos de saúde, órgão que faz parte da Divisão de Vigilância Sanitária Estadual.

Lucimar esclarece que todos os hospitais tem conhecimento da legislação específica sobre o assunto, e que os estabelecimentos de saúde mantêm comissões próprias de controle de infecção, responsáveis por prevenir patologias relacionadas a esse tipo de ocorrência.

"No entanto, vale lembrar que a ocorrência de infecções não depende apenas das condições e processos de trabalho oferecidos pelo estabelecimento, mas também pela patologia de base do próprio paciente.

Aqueles que chegam com quadro de apendicite, por exemplo, apresentam uma probabilidade um pouco maior de contrair uma infecção hospitalar, já que a própria apendicite já é uma infecção", argumenta.

Caso o cidadão desconfie de uma circunstância de infecção originada em ambiente hospitalar, pode fazer uma denúncia ao procurar a Divisão de Vigilância Sanitária através do 0800 280 3655.

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