Indígenas ameaçam derrubar mais torres de energia em reserva no Maranhão

Indígenas estão insatisfeitos com as cestas básicas que recebem como forma de compensação ambiental e reivindicam o direito de poder comprar a própria comida

torres | reprodução
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Lideranças indígenas da reserva Cana Brava, situada na região Central do Maranhão, ameaçam derrubar mais torres de energia caso não haja a presença da Funai e de representantes da Eletronorte no território. Os indígenas estão insatisfeitos com as cestas básicas que recebem como forma de compensação ambiental e reivindicam o direito de poder comprar a própria comida.

Caciques de quatro territórios. Cerca de 60 lideranças do Conselho Supremo dos Guajajaras estão mobilizados na Reserva Cana Brava. Os indígenas exigem a presença de servidores da Funai e da Eletronorte para negociar uma pauta de reivindicações cobradas desde 2013.

Imdígenas ameaçam derrubar mais torres de energia - Foto: Reprodução

Os caciques estão insatisfeitos com a lista de alimentos da cesta básica entregues pela estatal de energia como forma de compensação ambiental pelos impactos causados pelas linhas de transmissão nas terras indígenas.

Eles querem que as cestas sejam trocadas por vale-alimentação e o direito de escolha dos próprios alimentos. Para forçar as negociações duas tores de alta-tensão do sistema Norte de energia já foram derrubadas pelos índios.

A primeira torre foi derrubada no domingo (12). Funcionários da estatal de energia estão na região para fazer os reparos. Foram escoltados por tropas especiais da Polícia Federal e um helicóptero está sendo empregado na ação. Mas não impediram que uma segunda torre fosse demolida.

A Eletronorte está utilizando um sistema alternativo há quatro dias para evitar um apagão em 70 cidades. Romulo Ribeiro, que é membro do Conselho Supremo dos Caciques, disse que é necessário que as autoridades escutem os apelos dos indígenas que estão na reserva. “Que as autoridades competentes, que é a Eletronorte e a Funai, venham se fazer presentes o mais rápido possível. Ouvir as nossas demandas”

O Conselho Supremo dos Guajajaras diz que o manifesto é pacífico, mas alerta que os caciques já perderam a paciência e só retornam para as aldeias quando forem atendidos. 4.260 famílias dependem dos alimentos repassados como compensação ambiental para as aldeias.

O Ministério Público Federal disse que faz a intermediação do conflito desde janeiro deste ano. Informou que a Justiça decidiu favoravelmente aos indígenas, mas que a Eletronorte e a Funai têm feito contestações, atrasando o cumprimento da decisão. Mais uma vez, nem a Funai, nem a Eletronorte se manifestaram sobre o assunto.

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