Hoje, a Rede Meio Norte vai mostrar, a partir das 22h30, uma viagem pelo rio Parnaíba, no trecho compreendido entre Floriano e Teresina. São 320 quilômetros na trilha das águas, com imagens, personagens, lugares, desafios e depoimentos de pessoas que vivem nas proximidades do rio. Mais aventuras dessa viagem serão mostradas também neste domingo, às 15h.
Parnaíba é o caminho natural para a integração territorial do Meio-Norte do Brasil como meio de transporte viável e sustentável do desenvolvimento. Importante no passado, pesquisas confirmam as potencialidades do rio.
Segundo Alcide Filho, em estudo realizado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JAICA) entre os anos de 1992 até 1995, concluiu ser viável a utilização do rio como via de transporte da produção de grãos dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia.
Na época, o relatório aponta concluiu que o nível do rio permitiria a navegação de Santa Filomena a Teresina durante a estação chuvosa, com nível mais alto e coincidindo com a colheita dos grãos, o volume de cargas às margens do rio já justificaria o uso da hidrovia, a diferença do frete hidroviário compensaria os investimentos na recuperação do canal: transportados até Teresina.
A economia seria de 10 dólares por tonelada de grãos. Assim, para cada 1 milhão de toneladas de grãos, a economia bruta com o frete seria de 20 milhões de reais.
Para o apresentador, navegar pelo Parnaíba é percorrer a trilha das águas de um rio que representa uma das faces marcantes da identidade do Meio-Norte do Brasil.
É um rio permeado de história. ?Desde o início do século 16 há registros sobre a existência do Parnaíba. Uma das mais antigas referências é o Atlas Miller, datado de 1519. De origem portuguesa, o Atlas é um trabalho conjunto dos cartógrafos Lopo Homem, Pedro Reinel e Jorge Reinel, com ilustrações do miniaturista António de Holanda?, diz Alcide.
Com 20 bilhões de metros cúbicos de água, o Parnaíba e seus afluentes fazem parte da Bacia Hidrográfica do Nordeste e seus afluentes mais importantes, do lado do Piauí, em volume de água, são os rios Gurguéia, Uruçuí - Preto, Canindé, Poti e rio Longá.
Do lado maranhense, o destaque é o rio Balsas que desemboca próximo das cidades de Benedito Leite (MA) e Uruçuí (PI), depois de percorrer 525 quilômetros.
De beleza singular, o rio corre plano e revela os testemunhos de seu leito corrente mais antigo, ocorrido em um tempo geológico distante. ?Os paredões rochosos, barreiras que provocam desvios, são evidências de que um recuo do mar aconteceu aqui, há milhões de anos?, afirma.