Ir com freqüência ao banheiro durante a noite, urinar ao tossir, espirrar ou dar risadas, não conseguir segurar a urina quando sentir vontade, perder gotas de urina durante atividades normais do dia-a-dia, urinar lentamente, ter o jato de urina fraco, ter a sensação, após urinar, de não ter a bexiga completamente vazia, estes são alguns dos sintomas da incontinência urinária. Esse problema, comum e constrangedor, é definido como a saída involuntária da urina e ocorre em ambos os sexos.
A incontinência urinária é uma perda involuntária da urina que pode ocorrer por falhas naturais ou mecânicas no assoalho pélvico ou esfíncteres, fazendo com que as estruturas musculares que garantem sustentação aos órgãos pélvicos, percam o potencial de contração. O problema pode ocorrer também em situações como gravidez, parto, obesidade, sedentarismo, doenças neurológicas, lesão dos músculos relacionados, tosse crônica, iatrogenia (procedimentos cirúrgicos) e irradiação.
Geralmente, quem tratar desse problema é um urologista. Porém, um novo procedimento vem melhorando esses casos, inclusive de mulheres que não são idosas, mas que apresentam algum problema neurológico que impeçam de controlar a urina, a chamada fisioterapia uroginecológica. De acordo com a fisioterapeuta Maria Aparecida Queiroz, a fisioterapia ajuda proporcionando fortalecimento da musculatura e seu potencial de contração, devolvendo ao paciente a qualidade de vida social e física. E evita, em muitos casos, procedimentos cirúrgicos.
?O tratamento é realizado com exercícios associados, ou não, à eletroestimulação para o fortalecimento dos esfíncteres e assoalho pélvico. Hoje já dispomos de equipamentos como o Biofeedback e eletroneuromiográfico de superfície que, além de ajudar com mais eficiência, fornece ao paciente a conscientização de sua musculatura com dados quantitativos no tratamento, através de monitores? explica a fisioterapeuta ao ressaltar que todo material utilizado são totalmente descartáveis, dando maior segurança, conforto e confiabilidade a quem usa.
Aparecida Queiroz explica ainda que, logo após o início do tratamento, o paciente já reage com melhora, devolvendo-lhe a autoestima, e dando-lhe mais satisfação para realizar suas atividades diárias, que antes eram limitadas, ou mesmo impossibilitadas pelo constrangimento. A duração depende de cada caso, depende do grau de lesão e do tempo levado até o início do tratamento, pois quanto mais cedo iniciar, melhor o prognóstico. ?Por isso é recomendado que o paciente procure o profissional logo nos primeiros sintomas?, recomenda a fisioterapeuta.
Para o urologista Giuliano Aita, da mesma clínica da fisioterapeuta, os pacientes realmente têm que buscar ajuda médica logo e não ter vergonha do problema, pois hoje há melhoras significativas para o mesmo. "Nós vamos identificar qual o tratamento mais adequado e se a fisioterapia ajudar, hoje temos profissionais capacitados, com ótimos resultados, nessa questão", afirma o médico.
Tipos
A incontinência urinária ocorre em ambos os sexos, mas acontece com mais frequência em mulheres (2x1), crianças e idosos. Segundo a fisioterapeuta, atualmente cerca de 5% da população do Brasil sofre de incontinência urinária, que pode ser classificada como:
incontinência de esforço, incontinência de urgência e incontinência mista.
A primeira classificação tem como sintoma inicial a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, ou faz algum esforço ou movimento. Já a incontinência de urgência é mais grave do que a de esforço e caracteriza-se pela vontade de urinar em meio a atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro.
Por último, a incontinência mista está associada incontinência de esforço e a incontinência de urgência. Ela tem como sintoma mais importante a impossibilidade de controlar a perda de urina.