A reportagem obteve imagens da mãe de Henry Borel, Monique Medeiros, indo ao salão de beleza em um shopping na Zona Oeste do Rio no dia 12 de fevereiro, um dos dias em que, segundo investigações da polícia, o menino foi agredido pelo vereador Dr. Jairinho.
As imagens mostram professora Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, entrando no salão. Ao chegar ao local, ela já está ao telefone celular.
Os vídeos também mostram Monique trocando mensagens com a babá do menino, Thayná Ferreira. As mensagens foram recuperadas pela polícia que utilizou uma tecnologia israelense para obter as conversas.
Thayná narra na troca de mensagens que Dr. Jairinho está trancado no quarto com Henry e que o menino deixa o cômodo mancando e que só quer ficar no quarto com ela.
Inicialmente, Thayná negou à polícia que sabia das agressões. Esta semana, entretanto, a babá prestou um novo depoimento, no qual afirmou que soube de três ocasiões que Dr. Jairinho agrediu Henry, incluindo no dia 12 de fevereiro, o dia do vídeo que mostra Monique no salão.
As imagens mostram que às 17h17, Monique vai até uma cadeira do salão e senta antes de ser atendida. Segundo as investigações, nesse momento, ela participou de uma chamada de vídeo de Henry. O menino pergunta se ela vai demorar.
As investigações indicam que nesse dia Monique demorou três horas para voltar para casa.
De volta ao salão após a morte de Henry
Henry morre na madruga do dia 8 de março, no Hospital Barra D'or, na Zona Oeste do Rio. O corpo é sepultado no dia 10.
Dois dias depois, em 12 de março, Monique volta ao salão. A polícia também obteve imagens desta ocasião. Segundo o depoimento de uma funcionária do local, desta vez, Monique estava abatida.
Depoimento da cabeleireira
A cabeleireira que atendeu Monique Medeiros em um salão no dia 12 de fevereiro testemunhou quando o menino Henry Borel relatou, em uma chamada de vídeo à mãe, ter apanhado do padrasto, Dr. Jairinho. Na sequência, ela viu o casal brigar ao telefone.
“Você nunca mais fale que meu filho me atrapalha, porque ele não me atrapalha em nada!”, disse Monique.
“Você não vai mandar ela embora, porque se ela for embora, eu vou embora junto, porque ela cuida muito bem do meu filho. Ela não fez fofoca nenhuma, quem me contou foi ele”, prosseguiu.
“Quebra! Pode quebrar tudo mesmo! Você já está acostumado a fazer isso!”, encerrou.
A profissional prestou depoimento como testemunha à 16ª DP (Barra da Tijuca), que investiga a morte do garoto.