A homilia na principal missa do Dia da Padroeira, na basílica em Aparecida (SP), defendeu uma sociedade solidária aos pobres e unida contra a discriminação e a exclusão racial. A igreja pediu o fim do que chama de 'mundo de separação', citando casais e partidos políticos, como exemplo da falta de união.
A celebração, que começou às 9h e durou quase 2 horas, nesta sexta-feira (12), foi acompanhada por uma multidão que lotou o templo - entre eles, o candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB).
A igreja, no interior de São Paulo, é o principal local de peregrinação do país, por abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O sermão na missa do Dia Padroeira da Padroeira ocorre logo depois da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), órgão máximo da igreja católica no Brasil, orientar os eleitores cristãos que, ao escolher seus candidatos, atentem aos que ajudem a preservar, não a destruir, sistemas democráticos.
A missa em Aparecida foi conduzida pelo arcebispo Dom Orlando Brandes e, a homilia, feita pelo reitor da basílica, padre João Batista de Almeida. "O nosso Brasil precisa ser reconstruído e nosso povo precisa recuperar a confiança e pedimos a ela que nos ajude a reconstruir e restaurar a força de vida do nosso povo", disse ele aos fiéis.
A igreja destacou que Nossa Senhora é solidária aos pobres e negros, que vieram ao Brasil inicialmente como escravos, mas que hoje, mesmo livres, são 'escravos' de uma sociedade que exclui, não dando oportunidades.
"Na 'Casa da Mãe' não pode haver a exclusão. A dignidade do negro e do branco é igual, da mulher e do homem. Não pode haver cercas, mas sim pontes", afirmou.
Quase no fim da missa, a igreja divulgou o tema na novena da Padroeira em 2019: Amazônia. Uma cerimônia indígena foi apresentada após o anúncio.