Foi-se o tempo em que as pessoas com mais de 60 anos tinham como única opção ficarem em casa, dependendo de uma aposentadoria e cuidando dos netos. Agora, eles usam sua experiência e dedicação para acolherem pessoas doentes e desenvolverem atividades com crianças e adolescentes.
A animação de Maria Nazaré Oliveira do Nascimento, 68 anos, é visível. Durante dois anos ela atuou como Agente da Paz, através do programa desenvolvido pela Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (Semtcas). ?A gente se reúne em grupos de até 12 pessoas e damos nossa palavra de conforto nos hospitais, contamos histórias para as crianças, participamos do coral... Nossa função é reanimar quem precisa?, declarou Nazaré.
Além de ajudar outras pessoas, a Agente da Paz melhorou sua própria vida. Nazaré conta que era nervosa e não tinha estímulo nenhum. ?Agora eu me alegro na presença das amigas, fico toda chique e quando chego em casa estou bem?, empolga-se Maria Nazaré. Ela está se formou na última quarta, juntamente com 125 idosos, após dois anos de atuação como Agente.
Para desempenhar a atividade, eles recebem uma bolsa de R$ 150,00 mensais e atuam por um ano ou dois. Nesse período, os idosos são distribuídos entre unidades de humanização dos hospitais e unidades de assistência social, voltada para as crianças e adolescentes.
Irene Francisca da Rocha nunca imaginou que, aos 66 anos, poderia ser útil de alguma forma para a sociedade. ?Uma atividade como essa, da gente ajudar as pessoas, mostra que somos capazes mesmo com a idade que temos?, orgulha-se ela.
O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Firmino Filho, concorda com a senhora Irene. ?A melhor idade pode dar testemunho do seu potencial de realização, partilhar histórias, emoção e solidariedade com aqueles que precisam de acolhimento para amenizar sua dor?, disse durante a cerimônia de formatura que aconteceu ontem, no Centro de Formação Professor Odilon Nunes.