O IBGE demonstrou através de pesquisa que apenas 1% das cidades piauienses possuem um órgão de coleta de lixo. Apenas três municípios do Piauí dispõem de um órgão para saneamento básico, colocando o estado bem abaixo da média nacional, de 30% e da média nordestina, de 19%.
Pedro Soares, do IBGE, disse que as pesquisas anteriores foram voltadas ao público, mas esta entrevistou os gestores públicos, que comprovaram que realmente, os órgãos não existem. Segundo ele, o que poderia ser feito seriam consórcios das prefeituras com o estado ou com outras prefeituras, para se ajudarem na administração desse lixo. ? Quando se compara com números de outros estados, a diferença é grande. Na área de saúde, por exemplo: no Ceará, dos 184 municípios, 100 tem consórcios na saúde. No Piauí, são sete municípios?, comentou.
O secretário de cidades Merlong Solano disse que o que a pesquisa afirma é que as prefeituras não têm um órgão específico para o saneamento básico, mas não quer dizer que não tenham iniciativas. Segundo ele, a maior parte das áreas urbanas do estado têm coleta de lixo. ?O problema é o destino desse lixo?, completou. O secretário explicou que a própria constituição prevê que os municípios devem se unir para administrar os resíduos, como na forma de consórcios. ?A hora de conversar é agora, para que os prefeitos iniciem seus mandatos e já comecem a trabalhar nisso?, disse Merlong Solano.
A coordenadora do projeto de reciclagem e reaproveitamento do lixo chamado ?Lixo Criativo?, Nyomísia Guimarães disse que iniciativas como a dela poderiam ajudar muito. O projeto ,que tem sede no bairro Aeroporto, zona Norte de Teresina, busca conscientizar a população para o reaproveitamento do lixo, fazendo palestras e ministrando oficinas de reciclagem. ?Muito dinheiro é jogado no lixo?, disse Myomísia. Segundo Merlong Solano, até 2014 todas as cidades deverão ter coleta seletiva.