Queima de fogos e fogueiras em eventos ou nas portas das residências são fortes tradições no período junino. Mas essas antigas práticas estão fazendo mais vítimas de queimaduras a cada ano. De acordo com a diretora do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Dra. Clara Leal, a população precisa ficar atenta, pois o aumento do número de casos de queimaduras nesse período chegou a 243% em 2018.
“Precisamos redobrar o cuidado, principalmente com nossas crianças, pois nesse período elas gostam muito de brincar perto das fogueiras. Quanto aos adultos, alertamos para os cuidados ao soltar fogos. Qualquer descuido pode levar a queimaduras graves nos braços e face, o que pode inclusive levar a perda do membro ou da visão”.
De acordo com um levantamento do número de acidentes do ano passado, só no mês de junho o HUT atendeu cerca de 24 pessoas vítimas de queimadura por fogo ou líquidos quentes.
Dr. Márcio Passos – Foto: José Alves Filho
Para o Dr. Márcio Passos, cirurgião plástico, esse aumento é um alarme para que as pessoas fiquem mais atentas aos acidentes. “Deve aumentar o trabalho de prevenção da população em relação ao manuseio dos fogos e fogueiras. Principalmente no preparo de líquidos e quentes e no cuidado redobrado com as crianças”.
O Hospital recebe os casos mais graves de queimaduras, tendo em vista que os menores são atendidos nos hospitais de bairro. Mas até chegada ao atendimento, o médico indica o que não se deve fazer nesses casos. “Evitar passar creme dental, outros tipos de creme e qualquer produto caseiro. Lavar apenas com água corrente, e dependendo do caso, cobrir com um pano limpo”, informa.
As queimaduras são classificadas de acordo com a gravidade, 1° ao 4° grau. As de 1° grau são aquelas consideradas mais simples que atingem a pele superficialmente. As queimaduras de 2° grau atingem a epiderme e a derme da pele caracterizada pela formação de bolhas. Já as de 3° grau podem atingir até os músculos e outros tecidos. As de 4° grau acometem todos os tecidos da pele e podem atingir órgãos e tendões.