Oferecendo serviços de maternidade, urgência e ambulatório, o Hospital Maternidade Dr. Luís Milton de Area Leão, popularmente conhecido como Hospital do Satélite, começou a funcionar no ano de 1992 ainda como unidade básica de saúde. Realizando média de 13.000 atendimentos mensais nas áreas ambulatoriais e de urgência, o centro médico é referência para a população carente da zona Leste que precisa de atendimento público.
Com a chegada das chuvas, o hospital passa por problemas de goteira e infiltração, pois partes da cobertura são feitas apenas com telha e madeira, algumas corroídas por cupins. A área externa do hospital também precisa de limpeza, serviço que deve ser providenciado pela Superintendência de Desenvolvimento Urbano Leste (SDU-Leste) nos próximos dias.
?A limpeza dos interiores é feita com excelência por nossa equipe, mas não podemos nos encarregar do lado de fora. Precisamos de melhorias na estrutura do hospital, além de uma boa limpeza na área externa daqui. Alguns pontos da fundação também precisam de reparos?, explica o diretor administrativo Lupércio Medeiros.
O hospital atende população dos Bairros Satélite, Vila Bandeirante, Planalto Uruguai, Vale do Gavião, Pedra Mole, Santa Maria da Codipi, Cidade Jardim, Parque Universitário e adjacências. Apenas em dezembro de 2012, o centro médico realizou 660 atendimentos ambulatoriais, assistência prestada por profissionais da saúde que vão da realização de consultas a diagnóstico de enfermidades.
A maternidade realiza cerca de 350 partos por mês, o serviço de pediatria faz uma média de 2.000 atendimentos mensais, mas o serviço de clínica médica continua sendo o mais procurado: 3.500 atendimentos a cada 30 dias.
Entretanto, o hospital sofre com a falta de vagas e a população se revolta com a distribuição de senhas, feitas para organizar o serviço interno e evitar transtornos na fila, que começa a ser formada durante a madrugada.
Em busca de otimizar o atendimento, as senhas são distribuídas porque o as vagas para algumas especialidades médicas como endocrinologia e neuropediatria são reduzidas: o SUS, através de sistema computadorizado fornecido pela Coordenação de Gestão do Sistema Único de Saúde (CGSUS), oferta número reduzido de vagas, por isso a dificuldade em conseguir consulta para certas áreas médicas. oferece um poucas vagas, que são rapidamente preenchidas pela comunidade, dada a grande demanda pelo serviço.
Comunidade reclama da falta de senhas para atendimento
Problema comum nos hospitais da cidade, os usuários do Bairros Satélite e imediações acusam não conseguir atendimento médico. Eles afirmam que o centro médico se recusa a atender pessoas de outros bairros. A população também reclama da distribuição de senhas, feita nas primeiras horas da manhã. Logo, quem chega mais tarde não consegue marcar consultas.
?Moro na Piçarreira e não posso usar o posto de saúde de lá, pois, segundo os atendentes, moro no Ininga e eles não atendem pessoas de outros bairros. Preciso de um encaminhamento para o Hospital Getúlio Vargas e, quando cheguei aqui, me falaram que não podem fazer isso. Eu gostaria de saber o porquê?, reclama a microempreendedora Maria Santana Rocha.
Ela se queixa da burocracia no hora do atendimento e diz não entender porque é necessário marcar consultas em um hospital para ser atendido em outro. ?O sistema deveria ser mais organizado. Penso que falta fiscalização na qualidade do serviço, é por isso que está bagunçado. Tenho requisições que precisam de encaminhamento desde outubro e estou sem me consultar porque não consigo ser atendida. Para conseguir falar com médico, é preciso arriscar a vida e chegar de madrugada aqui?, desabafa.
A administração do hospital explica que a marcação de consultas para algumas especialidades, assim como para outros hospitais, são feitas através do sistema on-line fornecido pela Coordenação de Gestão do Sistema Único de Saúde (CGSUS), que oferta poucas vagas, por isso a dificuldade em conseguir consulta para certas áreas médicas.
Senhas são para evitar desordem
A pouca oferta de vagas e a distribuição de senhas deixa muitos populares indignados, mas isso acontece por um motivo. Segundo Maria da Luz Feitosa, secretária do hospital, a distribuição dos passes acontece por uma questão de organização, para que nem a população e nem o hospital sofram com desordem.
Ao chegarem no centro médico, os necessitados recebem uma senha que garante o atendimento do dia, para que terceiros não invadam a fila. Logo que o hospital abre, é iniciado o atendimento para as especialidades mais disputadas, como ortopedia e neurologia. Como o número de vagas é reduzido, a marcação de consultas logo acaba e muitos ficam sem atendimento.
?As vagas para essas especialidades são reduzidas porque não dependem de nós. Elas são ofertadas pelo CGSUS e possuem uma cota de 10 a 20 atendimentos diários. A população sabe disso, mas não há nada que podemos fazer. O que realmente precisa ser feito é uma maior atenção do poder público para que mais vagas sejam disponibilizadas e mais médicos sejam contratados?, explica a secretária administrativa Maria da Luz.
Funcionários do hospital se revezam em várias atividades
O hospital do Satélite tem carência de servidores em algumas especialidades médicas como neurologia, neuropediatria e ortopedia. A oferta é pouca e os serviços possuem pouca procura. Tais serviços são ofertados pela Coordenação de Gestão do Sistema Único de Saúde (CGSUS), que dispõe número reduzido de vagas em algumas especialidades.
Assim como outros centros médicos da capital, o hospital do Satélite também passa por necessidades estruturais na área de serviços humanos. ?Precisamos de mais enfermeiros e auxiliares de serviços gerais. Temos carência no setor de recursos humanos?, fala Maria da Luz Feitosa, secretária administrativa do centro.
Para lidar com a demanda, os funcionários precisam se revezar em várias atividades. Apesar de estar em um cargo administrativo, nas primeiras horas do expediente a secretária administrativa Maria da Luz fica na distribuição das senhas. A necessidade de mão de obra extra é grande e os servidores fazem por amor à profissão.
Pacientes de outros Estados aprovam hospital
Diferente da freguesia local, pacientes que vivem em outros estados são só elogios para os serviços do Hospital do Satélite. Morando há 13 anos em Brasília, a doméstica Cleonária Marques está boba com a qualidade do atendimento. Segundo ela, em apenas um dia foi possível conseguir um atendimento de urgência, marcar consultas e realizar exames.
?Comparando com o de lá, o tratamento daqui é ótimo. Em Brasília você agradece quando consegue uma consulta.
As filas são enormes e os funcionários maltratam os pacientes. Aqui é tudo diferente, estou sendo muito bem atendida?, conta a funcionária. De acordo com Cleonária, em Brasília os exames médicos precisam ser feitos por conta do paciente, pois a fila de espera é grande demais. ?Se o problema de saúde for sério, é melhor fazer particular. Os próprios médicos dizem isso?, fala.
Ainda em Brasília, pacientes sofrem com a distribuição de senhas e conseguem atendimento para algumas especialidades médicas com dificuldade. ?As senhas não dão nem para quem chega de madrugada. Os amigos dos funcionários dos hospitais conseguem as melhores vagas e nós ficamos amargando na fila de espera?, pontua.