Em razão de atrasos de pagamentos que remontam a setembro, no caso do Plamta (Iapep) e de agosto, no caso do IPMT, hospitais, clínicas e laboratórios conveniados devem suspender na próxima semana os atendimentos a usuários dos planos de saúde dos servidores estaduais e municipais de Teresina.
Os valores devidos pelos planos de saúde dos servidores públicos do Estado e do município de Teresina somam mais de R$ 15 milhões.
No caso do IPMT, soma-se ao atraso o não cumprimento de acordo firmado ano passado para que a tabela de procedimentos fosse equiparada aos valores pagos pelo Plamta.
Ofícios assinados pelos dirigentes do Sindicato dos Hospitais foram encaminhados nesta sexta-feira, 6 de janeiro, aos gestores dos dois planos de saúde informando que, em face do não pagamento dos procedimentos, os estabelecimentos privados de saúde se veem compelidos a suspender os atendimentos.
As perdas financeiras para a rede clínico-hospitalar e laboratorial de Teresina começam a impactar negativamente em seus custos, podendo, no limite, resultar em corte de custos – o que incluiria, por exemplo, desligamento de pessoas para uma redução do custeio salarial. Sem os pagamentos, também há risco de comprometimento da qualidade dos serviços.
Os dois planos de saúde de funcionários públicos estaduais e municipais de Teresina têm pelo menos 200 mil usuários e a maioria se utiliza de serviços prestados em Teresina. Para se ter uma noção de grandeza do universo de pessoas atendidas, o Plamta tem mais usuários que dois dos maiores planos médicos privados do Piauí, a Unimed Teresina e o Humana Saúde.
A suspensão dos atendimentos anunciada pelos estabelecimentos clínico-hospitalares e laboratoriais de Teresina somente deve atingir consultas, exames e cirurgias eletivas, ficando de fora as urgências e procedimentos em curso, como, por exemplo, pessoas em pós-operatório.
Ao anunciar a suspensão dos atendimentos, o Sindicato dos Hospitais informou que a adoção desta medida decorre não da vontade da entidade, mas do imobilismo dos gestores do Iapep e IPMT, que têm ciência dos atrasos nos pagamentos, mas seguem sem adotar medidas para sanar o problema.
Pelo menos 50 desses estabelecimentos devem suspender os procedimentos a partir da próxima semana, até que sejam normalizados os pagamentos do que é devido à rede desde agosto do ano passado, no caso do IPMT, e de setembro de 2016, em se tratando do Iapep.