Homem que matou esposa em motel mandou mensagem pra irmão

Para a polícia, Aderlon planejou a morte da esposa

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O homem que matou a esposa na noite desta segunda-feira (15) em um motel na BR-104, entre a saída de Campina Grande e a cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, mandou mensagens no WhatsApp para o irmão dele informando que matou a mulher e que iria se matar em seguida com um revólver.

A conversa foi divulgada à TV Paraíba pelo irmão de Aderlon Bezerra de Souza, de 42 anos, na manhã desta terça-feira (16). As capturas de tela mostram que às 21h02 o homem mandou “Ei, matei Dayse, estou me suicidando agora”. Em seguida ele liga duas vezes para o irmão e continua “Estou no parque motel, suíte 24, agora não tem mais jeito. ‘Xau mano’”. O irmão ainda tenta perguntar “com quem?” e Aderlon responde: “revólver”.

Para a polícia, Aderlon planejou a morte da esposa. Ainda segundo o irmão dele, no dia do crime o homem deu um abraço nele e na mãe, como estivesse se despedindo. O casal deixa duas filhas, uma de 8 anos e outra de 17.

A delegada de homicídios responsável pelo caso, Nercília Dantas, contou que os corpos de Aderlon e de Dayse Ariceia da Silva Alves, de 40 anos, foram encontrados vestidos, um ao lado do outro na cama da suíte 24 do motel.

Segundo a delegada, o homem teria utilizado um revólver calibre 38 para atirar na boca da mulher e, em seguida, deitou ao lado dela e atirou na própria boca. “A perícia cadavérica é que vai afirmar quantos tiros foram exatamente em cada corpo”, disse.

Casal estava separado

De acordo com a polícia, o casal estava separado há 9 dias. Mas, segundo a família, Dayse e Aderlon já não viviam na mesma casa há cerca de um ano, quando o homem decidiu ir morar na casa da mãe dele.

Também em depoimento à TV Paraíba nesta segunda, o irmão de Aderlon contou que o casal se conheceu quando Dayse tinha apenas 15 anos. “Eles foram casados há 21 anos, mas fazia um ano que estavam separados”.

“Desde que ela deixou ele, ele estava em depressão e não aceitava o fim do relacionamento, acompanhava tudo o que ela publicava nas redes sociais. Na sexta-feira (12), foi o aniversário dela e eu fiquei monitorando ele o dia todo, já imaginando que ele poderia fazer algo contra ela”, disse o irmão de Aderlon.

Mulher fez aniversário na sexta

Dayse Ariceia da Silva Alves completou 40 anos na sexta-feira (12). Amigos e familiares fizeram um aniversário surpresa para ela na manhã desta segunda (15), na Secretaria de Educação do município de Boa Vista, no Cariri paraibano.

A mulher era gerente administrativa da Secretaria de Educação de Boa Vista desde 2015. Segundo o prefeito da cidade, na prática, ela atuava como secretária de educação do município.

Já Aderlon era motorista da prefeitura. O prefeito informou que nesta terça-feira (16) será ponto facultativo para os servidores do município e que decretou luto por três dias.

Investigações da polícia

À princípio, a polícia acredita que Aderlon teria convidado a esposa para comemorar o aniversário dela no motel onde o crime aconteceu. Na manhã desta terça-feira (16), a delegada Nercília Dantas informou ao G1 que, pelas circunstâncias do crime, o casal teria entrado no local em comum acordo.

“A gente não tem informações de como ele planejou tudo porque não conseguimos desbloquear o celular dele ainda. Eles foram juntos para o motel no carro dela. No local não havia nenhum sinal de que ela teria entrado forçada”, explicou a delegada.

Ainda conforme Nercília Dantas, na cena do crime tudo estava organizado. “A malinha do trabalho dela estava na cadeira, a bolsa na mesa, os celulares arrumados em outro ponto, então pela forma que o local estava, não tem indícios de que ela entrou lá forçada, entraram em conjunto, mas isso de fato só será comprovado após as investigações serem concluídas”, disse.

Funcionários do motel ouviram disparos

Ainda de acordo com a polícia, o casal deu entrada no motel às 17h30 desta segunda (15). Por volta das 20h, alguns funcionários do local escutaram um barulho como de um tiro. Cerca de uma hora depois, às 21h, quando Aderlon mandou mensagem para o irmão dele, os funcionário ouviram outro disparo.

O que diz o motel

A direção do Parque Motel Campina informou que, para preservar a privacidade dos clientes, solicita apenas documento de identificação na entrada do estabelecimento e não faz revistas nos hóspedes. Por isso, tragédias como essa fogem do controle da administração, segundo a nota.

"O Parque Motel tomou todas as medidas necessárias e salienta que está à disposição dos órgãos responsáveis para sanar quaisquer dúvidas", diz a nota. "Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares pelas suas perdas".

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