Homem perde a memória, se apaixona pela 2ª vez pela esposa e esquece tudo outra vez

Alcino ficou conhecido após se apaixonar novamente pela mulher. “Parecia que ele tinha acabado de chegar ao mundo”, diz policial.

Alcino perdeu a memória novamente | Reprodução
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O capixaba Alcino Garajau que ficou conhecido por perder a memória e se apaixonar duas vezes pela esposa ficou desaparecido por cerca de oito horas nesta quinta-feira (11). Ele perdeu a memória novamente, segundo a esposa. Priscila Damasceno, contou que os dois saíram de casa em Cariacica, na Grande Vitória, para uma consulta médica, mas ao passar pelo terminal rodoviário, Alcino sumiu. Após horas de buscas, o capixaba foi encontrado por um policial em Fundão, na mesma região. ?Parecia que ele tinha acabado de chegar ao mundo, estava muito assustado", contou o soldado Jean Sena. Alcino Garajau contou que percorreu mais de 67 quilômetros a pé, até pedir ajuda.

Em janeiro deste ano, Alcino Garajau acordou com vontade de ir ao banheiro, mas não sabia quem era a mulher que estava ao lado dele, nem mesmo onde ficava o banheiro. Não se lembrava do próprio nome, nem sabia que a criança que chorava no quarto ao lado era sua filha. Por dois meses, ele ficou sem se lembrar de nada, conhecendo a própria história por fotos e confiando no que dizia aquela mulher que estava ao lado dele desde que acordou.

No final de junho, Garajau passou por uma cirurgia na cabeça para corrigir um estreitamento nas veias sanguíneas e para impedir as fortes dores de cabeça que sentia. Essa cirurgia aliviou as dores, mas não impediu a perda da memória. Segundo a esposa, há aproximadamente 20 dias o marido ficou sem se lembrar de nada por três dias, e a história voltou a se repetir nesta quinta-feira (11).

?Há mais de duas semanas, eu sai de casa para buscar nossa filha na escola, e ele ficou dormindo, quando voltei, ele já estava acordado e não lembrava de nada. Esses três dias sem memória foram mais sérios do que na vez anterior. Ele não conseguia falar e não andava direito?, contou Damasceno.

Para continuar o tratamento que Alcino Garajau faz com um equipe médica, uma consulta estava marcada para as 10h desta quinta-feira. Priscila e o marido saíram de casa e foram ao terminal de Campo Grande, em Cariacica.

?Ele sentiu dor de barriga, pediu para segurar a carteira dele e o celular para ir ao banheiro, e eu fiquei na fila do ônibus. Ao perceber que ele estava demorando muito, fui tentar localizá-lo. Pedi aos funcionários do terminal que olhassem nos banheiros, mas meu marido não estava lá?, detalhou Priscila.

A partir daí, a esposa de Garajau começou a divulgar o desaparecimento do marido pelas redes sociais. Ela sabia que ele podia estar sem memória mais uma vez e, agora, fora de casa, sem documentos, comunicação ou dinheiro.

Às 17h40, Alcino Garajau se aproximou do soldado Jean Sena, da Policia Militar, e pediu ajuda. O soldado disse que achou estranha as perguntas que o rapaz lhe fazia. ?Parecia que ele tinha acabado de chegar ao mundo, estava muito assustado. Perguntou onde estava e eu respondi que na pracinha de Fundão. Ele não sabia de onde vinha e para onde estava indo. Vi que ele estava perdido e não lembrava de nada. Comecei a analisar as características, se ele estava drogado ou bêbado, mas não senti cheiro de álcool. Ele tinha uma boa aparência, além de estar bem vestido?, detalhou Sena.

O soldado precisava atender a uma ocorrência de atropelamento em Timbuí, distrito de Fundão. Sena disse que ficou entre a "cruz e a espada", sem saber o que fazer, se dava atenção ao homem que lhe pedia ajuda, ou se ia para a ocorrência.

?Pedi para ele entrar na viatura e fomos ao atropelamento. Durante o trajeto fiz várias perguntas e ele respondia que não sabia. Questionei se ele sabia o conceito de família e sociedade e ele respondeu que sim. Ele também contou que pediu ajuda a várias pessoas, mas ninguém parava para ouvi-lo. Quanto à ocorrência, não era nada de grave e a pessoa já tinha sido socorrida?, contou o soldado.

O policial decidiu levar Alcino para o hospital do município. Quando chegaram à unidade de saúde, Alcino Garajau foi reconhecido pelo motorista da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). E assim, telefonaram para Priscila Damasceno para encontrá-lo. Ao chegar em Fundão, Priscila o abraçou, mas Alcino não a reconheceu. ?Só estou muito nervoso, vim andando, andei muito?, disse Alcino.

Priscila Damasceno compreendeu o estado do marido e só queria ir para casa. ?Ele está assustado, mas está tranquilo e calmo. Não se lembra de nada e não reconhece ninguém. Ele está aceitando o que gente fala e o que eu mais quero é levá-lo para casa?, disse a esposa.

Na volta para casa, junto com os pais de Priscila e a filha do casal, de 1 ano e 3 meses, Alcino contou que lembrava de ter entrado em um ônibus e descido na BR-101. Ao passar pelo posto da Polícia Rodoviária Federal se lembrou que andou muito até passar pelo ponto, e andou ainda mais para chegar até a praça onde encontrou o policial. O cálculo feito pela polícia, é de que Alcino tenha decido do coletivo na Serra Sede e andado até Fundão, aproximadamente, 67 quilômetro em sete horas.

Priscila contou que, na próxima semana, Alcino Garajau vai ao médico neurocirurgião para analisar o que está acontecendo. Mesmo com toda dificuldade, Priscila diz que vai continuar reconquistando o marido, como se fosse a primeira vez. ?Farei isso quantas vezes for preciso?.

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