Um homem, fingindo ser piloto da Gol e usando uniforme e crachá da companhia, tentou acessar a cabine de comando de um voo da Azul enquanto estava em pleno voo. Os comissários negaram o acesso e a Azul tratou a situação como uma questão de segurança, comunicando o incidente às autoridades.
O ocorrido foi no voo AD6035, em 24 de fevereiro, entre Porto Alegre e Congonhas. A aeronave, um Airbus A320, decolou às 14h12 e pousou às 15h52.
SEGURANÇA
O acesso à cabine de comando é restrito durante o voo. Por questões de segurança, os pilotos só saem para ir ao banheiro, e comissários entram apenas para servir refeições à tripulação. Passageiros não têm permissão para acessar a cabine em voo.
A regra de restrição ao acesso à cabine de comando foi intensificada após os ataques de 11 de setembro de 2001, quando terroristas sequestraram quatro aviões comerciais nos EUA. Dois deles atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, um bateu no Pentágono e o outro caiu na Pensilvânia.
O QUE ACONTECEU
O falso piloto, cujo nome não foi revelado, usava uniforme da Gol com quatro listras nos ombros e um cordão de crachá, mas sem o crachá. Ele tinha apenas um Certificado de Habilitação Técnica (CHT), emitido pela ANAC. A Gol relatou que o homem apresentou comportamento suspeito durante o voo e tentou se passar por comandante, conversando com os comissários da Azul.
"Durante o voo, este homem interagiu com a tripulação na galley [copa] dianteira, dizendo que era comandante recém-promovido na Gol, com sete anos de experiência na companhia e que estava a caminho da base do Rio de Janeiro. No entanto, essa alegação gerou desconfiança entre os comissários, sobretudo devido à inconsistência nas suas falas", diz o relato da Gol.
Ainda segundo o relato, o comandante verdadeiro do voo chegou a cumprimentar o falso colega quando deixou a cabine. Foi então que ocorreu o pedido: "Posteriormente, este indivíduo solicitou acesso à cabine de comando durante o voo, o que não foi concedido".
A Azul informou que "a tripulação agiu de forma preventiva e de acordo com todos os protocolos da companhia ao perceber atitude atípica" do falso piloto, e que o relatou o caso "imediatamente para as autoridades competentes". A Gol disse que compartilhou o comunicado com a equipe para "alertar e orientar a equipe sobre uma situação atípica, reforçando o compromisso da companhia com a segurança, valor número 1 da Gol."
O que dizem Azul e Gol
"A Azul esclarece que a tripulação do voo AD6035 (Porto Alegre-Congonhas), do dia 24 de fevereiro, agiu de forma preventiva e de acordo com todos os protocolos da companhia ao perceber atitude atípica de um cliente que embarcou utilizando bilhete regular, mas se identificou como piloto. Os tripulantes limitaram seus acessos durante o voo, seguindo estritamente as normas de segurança, valor primordial para a Azul, e relatando imediatamente o ocorrido para as autoridades competentes e comunicando à congênere envolvida."
"A Gol informa que todo e qualquer evento fora da rotina operacional é rigorosamente avaliado e comunicado aos seus tripulantes como medida preventiva. O comunicado interno mencionado seguiu esse protocolo e teve como objetivo alertar e orientar a equipe sobre uma situação atípica, reforçando o compromisso da companhia com a segurança, valor número 1 da Gol."