Câmeras de segurança do Metrô gravaram a movimentação de dois homens perto da cabine de recarga do Bilhete Único onde uma funcionária de 19 anos foi estuprada durante um assalto na Estação República. O suspeito de ter cometido o estupro, que aparece de calça jeans e camisa social nas imagens, foi detido na madrugada desta terça-feira (7) na Zona Leste de São Paulo..
As imagens mostram momentos antes de um dos suspeitos entrar na cabine na noite de quinta-feira (2). A funcionária deixava a cabine quando um dos criminosos invadiu o local e a violentou, segundo José Carlos Martinelli, diretor de contratos da Prodata Mobility, empresa que presta serviço de bilhetagem para o Metrô e para a qual a jovem trabalha.
A Polícia Civil prendeu o suspeito, de 20 anos, na Cohab Juscelino, nesta terça. Ele é ex-funcionário da Prodata Mobility, de acordo com o SPTV e a vítima o reconheceu. “Eu vou pedir a prisão temporária dele”, disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves. O outro suspeito de participar do assalto foi identificado, mas ainda não foi detido. A polícia ainda busca outros suspeitos que teriam participado do assalto..
A empresa afirma que desde o dia do crime fornece as informações necessárias à polícia e apoio médico e psicológico à jovem. O diretor de contratos também afirma que quem determina o local onde as cabines são instaladas é o Metrô e que tentativas de assalto já ocorreram em outros postos.
A vítima prestou depoimento na quinta (2) e novamente nesta segunda (6). Um outro funcionário da Prodata, que socorreu a operadora, também foi ouvido pela polícia.
Até as 15h40 desta segunda-feira (2), porém, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não havia disponibilizado o boletim de ocorrência do caso.
Procurado, o Metrô disse, por meio de nota, que a equipe de segurança da Estação República fez o primeiro atendimento e providenciou o encaminhamento da funcionária da Prodata para a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), na noite de quinta-feira (2).
A Companhia ainda alega que "vem prestando todo o auxilio à Polícia, inclusive cedendo imagens dos circuitos de vigilância, para ajudar na investigação do caso." No texo, o Metrô diz ter mais de 1.100 agentes de segurança, que atuam uniformizados ou à paisana, e 3 mil câmeras distribuídas ao longo de suas linhas, nos trens e nas estações.
Na tarde de segunda-feira (6), o Sindicato dos Metroviários de São Paulo divulgou uma nota de solidariedade à jovem, e cobrou esclarecimentos das empresas envolvidas. “A Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Metroviários, a diretoria do Sindicato, os funcionários e funcionárias do Metrô se sentem violentados, indignados e se solidarizam com a mulher trabalhadora que sofreu as consequências da violência machista e da insegurança, queremos dar todo apoio e solidariedade a ela nesse momento tão difícil.”
A nota ainda pede que a cabine onde o crime ocorreu seja fechada, e alega que o período noturno é carente de segurança. “Nós dizemos que faltam funcionários em todos os postos, principalmente na segurança à noite, onde o quadro é bastante reduzido, deixando usuários e funcionários expostos a fatos revoltantes como esse.”