O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) investigam o caso de um camaronês que afirma ter sido lançado ao mar após os tripulantes de um navio, com bandeira da Turquia, perceberem que ele estava como clandestino. Segundo o MPF, o homem conseguiu sobreviver e foi resgatado por outro navio, que vinha do Chile. Ele está em Paranaguá, no litoral paranaense, e deve permanecer na cidade até o fim das investigações.
Para o procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira, que investiga a história, o camaronês teve sorte ao conseguir ser salvo. ?Uma corrente marítima o levou próximo ao navio que o resgatou?, explica. Ainda conforme o procurador, o homem estava com sinais de desidratação após ter ficado 11 horas sobre um pallet de madeira.
Em depoimento, o camaronês relatou que foi torturado pela tripulação ao ser descoberto. ?Eles o jogaram ao mar e disseram que ele deveria nadar até a costa brasileira, o que seria praticamente impossível?, conta o promotor.
Após o resgate, que aconteceu há cerca de dez dias, o navio foi localizado e a tripulação foi obrigada a atracar no Porto de Paranaguá. O navio ainda está parado no litoral paranaense, enquanto as investigações sobre o caso prosseguem.
O MPF diz que, apesar de o navio ter bandeira turca, a tripulação é proveniente da República de Malta, país situado em um arquipélago, no Mar Mediterrâneo.
O camaronês já se recuperou da desidratação. A hospedagem dele está sendo custeada pelo governo brasileiro.