Neste dia 11 de agosto comemora-se o Dia do Estudante, data que reforça a importância e a necessidade dos estudos na vida dos cidadãos. No Piauí, durante mais de um ano de pandemia, estudantes enfrentaram um grande desafio: conseguir aprender à distância. Sem frequentar as salas de aula devido as medidas de prevenção da Covid-19, o ensino remoto, pela internet, tornou-se um importante aliado na aprendizagem.
Mas nada substituiu o desejo dos alunos de estarem na sala de aula. Na última semana veio um sopro de esperança para os estudantes: depois de um longo período, poder retornar à escola é um alívio para muitos alunos, como conta Maria Vitória Santos, de 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio em uma escola particular de Teresina. Ela relata como foram desafiadores os dois últimos anos, prestes a pleitear uma vaga no ensino superior.
“No começo, não imaginava que tudo isso ia acontecer, pois não esperava. Foi tudo novo, inesperado. Era muito complicado porque sentia que meu rendimento estava caindo e, por muitas vezes, pensei em desistir. Mas por mais árduo que fosse, seja pelo fato da internet, os meios (pois eu precisava usar o celular), ou então as distrações, minha turma e eu não desistimos. A volta às aulas presenciais foi como uma luz, um fio de esperança”, relata.
Vitória, que cursa o 2º ano do Ensino Médio no Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Lima Rebelo, em Parnaíba, explica que, mesmo estudando em casa, também sentia falta da sala de aula. "É legal vir para a escola, pois eu aprendo mais coisas. É muito melhor do que ficar em casa porque eu não aprendo tanto e, aqui, na escola, nós temos um melhor auxílio dos professores. Claro, a gente tem que ter cuidado em não emprestar garrafa, usar sempre o álcool em gel e evitar aglomeração", frisa a estudante.
Naise Maria, estudante do 3º ano do Ceti Didácio Silva, relata que a segurança proporcionada pelos protocolos higienicossanitários adotados pela escola foi essencial para a decisão de retornar às atividades presenciais.
"A volta à escola é boa até para nos prepararmos melhor para o Enem, tendo o apoio dos professores e da direção neste momento. A direção nos orientou sobre todos os protocolos, pois encontramos o distanciamento entre os estudantes, vimos as pias para lavar as mãos, temos álcool em gel, então, está tudo bem organizado", declarou a estudante.
Desafios para o ensino
A dedicação do aluno, aliada a uma boa educação e um bom ensino escolar, ajudam a formar pessoas qualificadas para o mercado de trabalho e com pensamento crítico apurado para solucionar crises. A pandemia certamente trouxe desafios, mas também novas perspectivas para o ensino.
Mozart Neves Ramos, titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados da USP-Ribeirão Preto, em um artigo publicado no ano passado, destaca que um ponto para se aprender com a pandemia refere-se à oferta de uma educação plena para a vida, “também como apregoa o art. 205 da Constituição Federal. Não basta oferecer qualquer educação. O país precisa de educação que promova o desenvolvimento de novas habilidades e competências para enfrentar os novos tempos, que não se restringem simplesmente a questões vinculadas às descontinuidades tecnológicas”, reforçou.
"Uma das grandes preocupações dos especialistas em educação é com o impacto de tudo isso na vida das crianças e dos jovens a partir de agora. Jamais em nossa história nos sentimos tão fragilizados. Esse vírus que simplesmente paralisou o planeta, expondo a nossa fragilidade, também mostrou aos governantes a necessidade de investir fortemente em ciência e tecnologia. Felizmente, muitos deles estão conduzindo as decisões com base em evidências científicas, e não em achismos, até porque muita informação vem circulando nesse espaço de tempo", complementou.