Todo final de ano, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí fica no meio de duas estatísticas conflitantes: a diminuição do número de doações de sangue e o aumento da demanda por bolsas, causado pela alta no número de acidentes ocasionada pelas festividades do fim de ano.
Com isso, o órgão luta para manter os estoques de emergência, que hoje dispõem de sangue em quantidade considerada satisfatória.
“Nos prevenimos através da campanha da Semana Nacional do Doador, que foi realizada no final de novembro. Na ocasião, conseguimos cerca de 1.200 bolsas, o que nos permitiu incrementar o nosso estoque. Além disso, as coletas externas, que promovemos frequentemente, nos ajudam a manter essa reserva de segurança, apesar da queda natural nas doações neste período do ano”, diz Maria Teixeira, do Hemopi.
Ela afirma ainda que a população precisa incluir a doação de sangue entre suas prioridades, até mesmo nesta época em que muitos costumam viajar de férias. O funcionário público Domingos Liomar Martins é um desses doadores.
“Nunca devemos esquecer de quem precisa de ajuda. Não importa a época”, disse ele, que trabalha na Prefeitura do município piauiense de Altos e aproveitou a folga para vir à capital fazer sua doação. O Hemopi também reforça o apelo junto a novos doadores.
“Em junho deste ano tivemos mudança nas idades limite permitidas para doação. A idade mínima para ser doador caiu de 18 para 16 anos e a máxima saiu de 65 para 68 anos. Ainda temos poucos doadores nesses novos grupos, mas mesmo assim é um avanço”, disse Maria Teixeira.
O hemocentro estima que cerca de 40 mil bolsas sejam coletadas anualmente pelo Hemopi. O processo de descarte sorológico atinge de 5 a 8% desse total. Ainda segundo Maria Teixeira, “é sempre importante estimular as doações, porque uma queda nesse estoque emergencial representa um perigo para a população”.