O ex-boxeador porto-riquenho Hector "Macho" Camacho, 50 anos, teve os aparelhos que o mantinham vivo em um hospital de San Juan, capital de seu país natal, desligados neste sábado. Assim, Camacho morreu cinco dias após ser baleado em um ataque, no qual também viu um amigo que o acompanhava morrer, após serem alvejados em frente a um comércio em Bayamón.
Mais cedo, o desligamento dos aparelhos havia sido confirmado ela mãe de Camacho, Maria Matías, que decidiu por esta opção mesmo com o filho mais velho do ex-pugilista, Hector Camacho Jr., sendo contra.
Segundo os médicos que o acompanhavam no hospital, Camacho ainda sofreu uma parada cardíaca durante a última madrugada. A morte do tricampeão mundial de boxe foi lamentada pela mãe: "Perdi meu filho há três dias. Ele só está vivo por causa de uma máquina", declarou Maria.
Ele teve morte cerebral confirmada na última quinta-feira. Camacho foi um dos principais pugilistas nas décadas de 80 e 90. Ele foi campeão mundial nas categorias superpena, leve e meio-médio ligeiro, e ainda foi desafiante ao cinturão dos meio-médios em duas oportunidades, lutando até os 48 anos e sofrendo apenas seis derrotas em 88 combates.
Entre suas principais lutas, Camacho perdeu para nomes como Julio Cesar Chavez e Oscar de la Hoya, e ganhou de outras estrelas, como Sugar Ray Leonard.
Macho Camanho foi ferido e transportado para o Centro Médico San Juan, principal hospital da ilha caribenha. Ele sofreu um ataque cardíaco na madrugada de quarta-feira e passou a ser mantido vivo com o uso de fortes medicamentos, já em coma profundo.
Sua atividade cerebral já era baixa e os médicos confirmaram na tarde de quarta-feira, ao jornal El Nuevo Dia, a morte cerebral. ?Seria uma milagre a sua recuperação, medicamente não há nada que possamos fazer?, disse o médico responsável Rafael Rodríguez Mercado. Neste sábado, a decisão foi desligar os aparelhos que o mantinham vivo.
Entenda o incidente
Camacho, de 50 anos, estava no banco do passageiro em um carro dirigido pelo amigo de infância Alberto Yamil Mojica. Eles estavam num carro estacionado diante de um bar quando alguém abriu fogo contra eles, matando o motorista. Camacho levou um tiro no maxilar. A bala fraturou duas vértebras e se alojou no ombro dele, disseram os médicos. Já no hospital, um ataque cardíaco piorou sua situação.
O incidente ocorreu perto de um shopping na Rodovia 167 em Bayamon, cidade a oeste da capital, San Juan. A polícia ainda não fez nenhuma prisão nem determinou o motivo do ataque.
Camacho nasceu em Porto Rico, mas cresceu em Nova York. Sua adolescência foi problemática e as brigas o levaram à prisão, aos 15 anos. O esporte, por meio do boxe, acabou o salvando.
Sua carreira profissional começou em 1982 e, em 28 anos como lutador, ele colecionou 79 vitórias (38 nocautes), apenas seis derrotas e três empates. O pugilista canhoto lutou até 2010, ano em que completou 48 anos, e teve como último resultado a derrota para Saul Duran, um revés por pontos. Camacho foi o primeiro lutador a vencer em sete divisões diferentes de peso.
Ele enfrentou problemas com drogas e álcool durante sua carreira e foi preso por um breve período por acusações relacionadas a um assalto no Mississippi em 2005. Também foi acusado de agredir sua filha, e ainda se defenderia neste processo.
Em 2010, Camacho participou do programa de TV da rede Univision "Mira Quien Baila", a versão em língua espanhola do Dançando com as Estrelas.
O filho mais velho do ex-pugilista acompanhou sua escolha de carreira. Hector Camacho Jr., de 34 anos, tem uma carreira com 54 vitórias, cinco derrotas e um nocaute.