Amanhã, trabalhadores dos Correios reunir-se-ão em Plenária, em Brasília, para discutir um encaminhamento contra operacionalização do plano de saúde pela administradora Postal Saúde.
O vice-presidente do Sindicato dos Correios no Piauí (SINTECT), José Rodrigues, viajou ontem à tarde para capital federal para participar da reunião que vai discutir a gestão do plano de saúde da categoria, o Correio Saúde. Caso este plano não seja mantido, a categoria avalia a possibilidade de greve.
Segundo José Rodrigues, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está descumprindo acordo firmado no Tribunal Superior do Trabalho (TST). "Estão descumprindo o acordo.
No TST ficou acordado que eles não mexeriam no plano, mas estão mexendo. Implantaram de forma experimental mudanças no plano de saúde de uma empresa terceirizada ", explica José que esta medida que ocorreu no Mato Grosso do Sul pode abrir precedentes para privatização do benefício.
Ele informa que em assembleia geral realizada na segunda-feira, 09, os trabalhadores decidiram em unanimidade pela preservação do atual plano de saúde, Correio Saúde.
Para eles a implementação operacional Postal Saúde é uma ameaça que pode privatizar o plano e fazer os trabalhadores pagarem taxas mensais e mais caras como nos planos privados. "No dissídio (com o TST) está garantido compartilhamento conforme salário do trabalhador, se implantarem este plano - Postal Saúde - as taxas vão se equiparar aos privados", esclarece.
Mudar o plano de saúde, para o vice-presidente, é uma medida desvantajosa, porque garantias históricas que foram conseguidas ao longo de 25 anos poderão ser perdidas.
"Direitos como colocar pai e mãe acima de 55 que ganham salário mínimo e aposentados inativos no plano podem estar ameaçados. Com a privatização, esses direitos vão ser cobrados mais caro do nosso bolso", declara.
Para evitar a implantação do Postal Saúde, José Rodrigues informa que o Sindicato já ingressou com ação judicial e pretende resolver a questão sem entrar em greve novamente.
No entanto, a possibilidade de greve não está descartada, mesmo com as dificuldades peculiares do fim de ano. "Há a possibilidade de greve, mas nesse período é complicado. Já temos medidas judiciais protocoladas e inclusive está marcado julgamento para o dia 18, mas a gente sabe que o judiciário é muito fraco e dificilmente a favor do trabalhador", acrescenta.