O governo federal anunciou que vai cortar o ponto (18 a 30 de junho) de servidores que estão em greve. A medida contrariou os sindicalistas em âmbito nacional, mas não atingiu a todos os segmentos grevistas. Ontem, o governo acenou com uma nova proposta aos professores, porém, estes ainda farão avaliação em cada Estado para decidir se a aceitam ou não. Noi Piauí, a reunião da categoria será hoje à tarde.
O professor Joaquim Neto, da Universidade Federal do Piauí, faz parte do comando de greve e avisa que nenhuma notificação oficial foi recebida pela categoria com relação aos cortes dos pontos. ?Com relação a nossa categoria (docente), nós não tivemos nenhuma notícia a respeito disso (do corte nos pontos). Mas estamos sempre atentos?, diz.
Nesse sentido, o movimento segue com o cronograma de atividades normalmente, agendando mais uma assembleia para hoje, às 15 horas. Ontem, o comando de greve esteve reunido durante vigília, acompanhando todas as decisões que recebem de Brasília, onde acontecem as negociações a nível nacional.
Na nova proposta apresentada pelo governo, ficou estabelecido um reajuste salarial mínimo de 12% para 25%, sendo que o reajuste máximo seria de 45% para professores com maior titulação e dedicação exclusiva. Nessa próxima assembleia que será realizada pela Associação dos Docentes da UFPI (Adufpi), dentre outros aspectos, serão debatidas as questões que se referem a essa nova proposta.
No último dia treze, o governo também tentou emplacar uma proposta, mas não obteve êxito. Na ocasião, muitos foram os aspectos negativos enumerados pelos professores com relação a mesma.
Os principais argumentos foram a respeito da possível perda salarial que se daria para a maioria dos professores, sendo que apenas os titulares poderiam contar com algum ganho real (em torno de 5,9%), além das maiores difuldades que seriam associadas à busca por uma maior qualificação por parte dos professores. De acordo com a nova proposta, o aumento seria dado em três anos, a partir de março de 2013.
Os professores estão em greve desde o dia 17 de maio. E os estudantes não aguentam mais a demora que está se dando para o reinicio das aulas. O estudante Vinicius Ferreira, do 6º semestre do curso de Comunicação Social da UFPI, ressalta a situação. ?A greve me prejudicou porque já estávamos com mais da metade do semestre concluído, já tínhamos feito as primeiras provas e trabalhos. Na maior parte dos casos, com a greve, perdemos esses meses que já fizemos?, afirma.