O governador Nova York, nos Estados Unidos, Andrew Cuomo, revelou nesta terça-feira (10), que renunciará o cargo em meio a várias denúncias de assédio sexual. No pronunciamento ao vivo, ele negou qualquer intenção sexual nas suas condutas.
Cuomo confirmou que será substituído pela vice-governadora, Kathy Hochul, após uma transição que vai durar cerca de 14 dias. Hochul será a primeira mulher a governar o estado de Nova York. Cuomo é acusado de assédio sexual e conduta imprópria por 11 mulheres segundo investigação do escritório da procuradora-geral do estado, Letitia James.
Cuomo nega as acusações, tenta dar um tom de normalidade aos gestos relatados como abusivos, mas a pressão para que renuncie ao governo partiu de importantes aliados democratas, até mesmo pelo presidente americano Joe Biden.
Na Assembleia estadual, controlada pelos democratas, o apoio partidário pela destituição do governador vinha crescendo desde que o explosivo relatório veio à tona e tornou insustentável a sua permanência no cargo. Dos 150 deputados, 107 são democratas e 43 republicanos.
Cuomo chegou a ser cotado como promessa democrata para as eleições presidenciais de 2024, após assumir um papel importante no controle da pandemia em Nova York.
Investigações
O governador Andrew Cuomo começou a ser investigado em março, após duas ex-assessoras acusarem o governador democrata de assediá-las no local de trabalho.
Após estas primeiras denúncias, outras surgiram. Segundo a procuradora do estado de Nova York, Letitia James, ao menos 11 mulheres se apresentaram aos investigadores com relatos de abusos. "A investigação descobriu que o governador Andrew Cuomo assediou sexualmente atuais e ex-funcionárias do estado de Nova York, envolvendo-se em toques indesejados e não consensuais e fazendo vários comentários ofensivos", afirmou James.
A procuradora-geral de Nova York afirmou que o que se revelou foi um "local de trabalho tóxico" e um "clima de medo". Ainda de acordo com a procuradoria, Cuomo teria assediado sexualmente várias mulheres, muitas delas jovens, com "apalpadas indesejadas, beijos, abraços e comentários inadequados".
Segundo James, Cuomo e sua equipe também retaliaram ao menos uma pessoa por reclamar da conduta do governador de Nova York.