Após a polícia de Nova York ter informado que a bomba encontrada dentro de uma van na região da Times Square havia sido desativada, o governador do Estado de Nova York, David Paterson, qualificou neste domingo (2) o episódio de "ato terrorista", e prometeu punir os responsáveis.
"Felizmente, ninguém ficou ferido e agora a cidade, o Estado e a polícia federal vão se mobilizar para levar ante a justiça aquele ou aqueles responsáveis pela ação", escreveu o governador em nota, após agradecer os que ajudaram a descobrir o veículo.
De acordo com o site do jornal New York Times, a maior parte das ruas que haviam sido interditadas no entorno da Times Square foram liberadas por volta das 5h15 da manhã (6h15 de Brasília) deste domingo. O tráfego na Rua 45 foi reaberto às 7h30 locais, cerca de 1h30 depois da van ter sido retirada do local.
A secretária americana de Segurança Interior, Janet Napolitano, considerou neste domingo, em entrevista ao canal ABC, que a tentativa de atentado foi "um ato isolado".
Em entrevista coletiva dada no local no começo da madrugada, o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, afirmou que a bomba colocada na van estacionada entre a Rua 45 e a 7ª Avenida aparentemente foi feita de "maneira amadora". Uma explosão, no entanto, poderia ser fatal, e a polícia evitou uma tragédia, disse o prefeito.
Poderia ter sido um evento bastante mortal. Não temos ideia de quem fez isso e por quê"
Michael Bloomberg, prefeito de NY
"Poderia ter sido um evento bastante mortal. Não temos ideia de quem fez isso e por quê", afirmou Bloomberg, ressaltando que a polícia trabalhará para identificar os responsáveis pelo carro-bomba. Imagens de câmeras de segurança foram analisadas, mas nenhum suspeito foi apontado.Outras câmeras serão verificadas.
O prefeito contou ainda que um vendedor que trabalha na região avisou a polícia por volta das 18h30 locais (19h30 no horário de Brasília), depois de ver fumaça saindo do veículo. O fato de que a placa não coincidia com o modelo do automóvel fez com que a polícia evacuasse e isolasse imediatamente o perímetro entre as ruas 42 e 47.
No fim da noite, um oficial do Corpo de Bombeiros de Nova York afirmou a agências de notícias que a van continha explosivos, gasolina, propano e fios queimados.
O chefe do Departamento de Polícia de Nova York, Raymond Kelly, detalhou na mesma entrevista coletiva de Bloomberg que no interior do veículo havia cilindros de gás propano e galões de gasolina, assim como fogos de artifício de consumo doméstico, dois relógios, cabos e outros materiais, e qualificou a bomba de "improvisada".
Parte da Times Square foi esvaziada às pressas na noite deste sábado (1º), enquanto esquadrão antibombas trabalhava no local para inspecionar veículo suspeitoParte da Times Square foi esvaziada às pressas na noite deste sábado (1º), enquanto esquadrão antibombas trabalhava no local para inspecionar veículo suspeito (Foto: Cary Horowitz/Reuters)
Por volta da meia-noite no horário local, o porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York Paul Browne havia confirmado que se tratava de um carro-bomba. O esquadrão antibombas trabalhou durante toda a noite para desarmar o artefato e procurar outros explosivos na região. Robôs foram usados na operação.
Brasileiro destaca velocidade e rapidez da operação.
Segundo Browne, o carro suspeito soltava fumaça e um bombeiro viu um clarão de luz em seu interior. De acordo com a Reuters, um bombeiro teria presenciado uma "miniexplosão" no interior do carro uma hora e meia antes da interdição da rua.
Os clientes dos teatros e restaurantes da região ? que abriga o famoso circuito de musicais da Broadway ? foram instruídos a permanecer no interior dos locais ou deixar a área. No entanto, apenas policiais e bombeiros puderam entrar no perímetro isolado, por volta das 21h locais (20h em Brasília).
No começo da madrugada, o presidente Barack Obama elogiou a "rápida ação" da polícia no caso. Um comunicado emitido pela Casa Branca disse que o Departamento de Polícia de Nova York havia feito um "trabalho excelente", em resposta ao incidente.
O documento diz ainda que o governo federal está disposto a oferecer ajuda para a investigação do caso.