A preocupação com a igualdade de gênero na General Motors (GM) não é um assunto novo. Na verdade, o primeiro grupo de afinidade formado por mulheres na companhia, o GM Women, foi composto há mais de 20 anos, para discutir meios de ampliar a participação feminina no quadro de funcionários da montadora. A empresa também foi a primeira indústria automobilística a ter uma mulher como CEO no mundo, e é comandada desde 2014 por Mary Barra, considerada uma das executivas mais influentes do mercado global. As informações são do jornal Valor Econômico.
Com isso, a igualdade de gênero é uma das peças mais importantes na estratégia de inclusão da companhia, que este ano anunciou a ambição de ser a empresa mais inclusiva do mundo, nomeando para isso, uma chief diversity officer, e adotando um novo lema para sua força de trabalho: Seja inclusivo. No Brasil, a empresa vem se destacando por iniciativas em favor da igualdade de gênero, com políticas como a concessão de 180 dias de licença maternidade e auxílio creche para mães com filhos até quatro anos de idade, entre outras.
“O GM Women existe no Brasil há 13 anos”, diz Adriana Quintas, líder de diversidade da GM América do Sul. A empresa acompanha de perto o percentual de mulheres em seu quadro de funcionários, estratificando a participação feminina em cada nível hierárquico e acompanhando as promoções e avanços de carreira obtidos.
Nos últimos cinco anos, o número de mulheres na força de trabalho da GM no Brasil cresceu 15%. Em cargos de liderança, o aumento foi maior: 25%. Segundo Adriana, isso é resultado de uma série de iniciativas que buscam acelerar o desenvolvimento feminino como o Programa Women in Action, que acontece desde 2016. “O programa leva de sete a oito meses, oferecendo acesso rápido a conhecimentos em habilidades pessoais, visão de negócios, orientação para resultados e estereótipos de gênero.” Em quatro edições, 184 mulheres participaram. “Em 2018, das 28 participantes, 32% foram promovidas e 4% tiveram oportunidades internacionais.”
Adriana conta que a empresa vem trabalhando globalmente em uma meta mais arrojada para o percentual de mulheres na força de trabalho, mas que essa meta não está sendo divulgada. “Para avançarmos na questão, além de continuarmos com as ações em curso, lançaremos em breve um novo programa, o Top 50 Women Program, com dois anos de duração, focado no desenvolvimento para mulheres com potencial de liderança, contemplando mentoria, treinamento em liderança, job rotation, oportunidades no exterior e outras ações.”
A montadora também busca criar uma cultura mais favorável à igualdade de gêneros por meio de treinamentos sobre vieses inconscientes, que vem sendo realizados desde 2017, envolvendo desde a liderança até os times de trabalho. Além disso, a empresa desenvolve trabalhos com a comunidade, para incentivar o gosto pela ciência, tecnologia, engenharia e matemática entre jovens e mulheres.
Segundo ela, o trabalho em favor da igualdade de gênero não se limita aos escritórios da GM no Brasil e se estende ao chão de fábrica. “Temos alguns programas especificamente voltados para a área de manufatura.” O Women Manufacturing, por exemplo, é um conjunto de iniciativas para atrair e reter mulheres na área industrial, com medidas como a avaliação de postos de trabalho por biotipo, e não por gênero, entre outras. “Também fazemos reuniões de cafezinho dos líderes com mulheres, para coletar feedbacks sobre o que pode ser melhorado.” Dessas reuniões, foram tomadas decisões que melhoram o ambiente de trabalho para as mulheres na indústria, como a instalação de mais banheiros, a adoção de uniformes adaptados e a instalação de sala de lactação.
Tudo isso faz da igualdade de gênero parte da estratégia da GM. “E não só a inclusão de mulheres, mas de todas as pessoas com suas diferentes características”, diz Adriana.
“Já está mais do que comprovado que as empresas mais diversas são aquelas que geram melhores resultados. Além disso, nosso portfólio de produtos é diverso e nós atendemos uma variedade de públicos enorme: todos os gêneros e orientações sexuais, de todas as cores, com todos os tipos de deficiências, de todas as etnias e com todas as crenças. É fundamental que essa diversidade esteja representada no nosso corpo funcional de uma maneira inclusiva.”.