Fábio Rua, vice-presidente de comunicação e relações governamentais da General Motors do Brasil, não poderia ser mais direto em sua apresentação no Congresso AutoData Perspectivas 2024, organizado de 21 a 22 de novembro no Espaço Fit Eventos, em São Paulo.
Sobre uma possível saída da montadora do Brasil, algo que vem sendo especulado em rodas de conversas de fornecedores e concessionários, o executivo garantiu: “Não. A GM não sairá do Brasil”. Mais do que isso: Rua antecipou que a empresa, às vésperas de celebrar 100 anos no Brasil, em 2025, anunciará muito em breve seu próximo ciclo de investimentos: “Temos compromisso com o futuro e com a descarbonização”.
Estratégia ambidestra
Ao lembrar que a meta global da companhia é parar de produzir modelos movidos a combustão até 2035 Rua afirmou que “o presente é eclético e o futuro é descarbonizado”. O plano da GM é ambidestro, segundo o vice-presidente: ao mesmo tempo em que desenvolverá tecnologias elétricas ou descarbonizadas, seguirá investindo na eficiência energética de seus motores a combustão: “Enquanto produzirmos carros a combustão entregaremos carros cada vez mais eficientes”.
Sobre uma possível transição, Rua justificou que que ninguém tem certeza do futuro:
“Nossa meta é o elétrico para 2035. Novas tecnologias ao longo do tempo podem dar as caras. E podem mostrar que elas são tão ou mais eficientes do que o carro a combustão. Não podemos negar a possibilidade, de lá na frente, [termos carro] a célula a combustível, híbrido… não sei o que o futuro nos reserva, não só em termos de inovação como de escala e de competitividade”.
E completou: “Se esse futuro nos disser que a gente precisa, talvez, ser um pouco mais abertos ao nosso espectro de investimento em novas tecnologias, seremos.”
Para 2024 a GM projeta um crescimento de 2% a 5% do mercado brasileiro. Resultado de ações como o empenho do governo em acelerar o processo de descarbonização e às vésperas do anúncio do Mover, a nova fase do Rota 2030. “Mas, mais do que isto, precisamos ser mais eficientes, com capacidade ociosa de 53%. Podemos produzir 750 mil carros, nosso desejo é fazer pelo menos 600 mil. Temos mais de 350 fornecedores. E espero que 2024 seja melhor do que 2023”.
(Com informações do AutoData)