Marcelo Pereira da Silva, de 14 anos, sofreu amputação parcial dos quatro dedos da mão direita, depois de um acidente ao queimar fogos de artifício para comemorar o Natal, em Vilhena (RO). O adolescente acendia o sétimo rojão quando o artefato explodiu atingiu as duas mãos e parte da barriga. ?Na hora foi um grande susto. Olhei para minha mão e ela estava cheia de sangue, doía muito. Eu comecei a gritar por socorro e chamei minha mãe?, conta Marcelo. Somente na semana do Natal o Corpo de Bombeiros do município atendeu cerca de 10 acidentes envolvendo artefatos, a maioria com adolescentes.
A mãe do adolescente, Alessandra Rodrigues, contou sobre o choque que levou ao constatar o ferimento que atingiu o filho. ?Quando ele chegou ao hospital eu não sabia que ele ia ter que amputar os dedos, porque tinha muito sangue. Mas quando o médico disse, foi um grande choque?, lembra Alessandra. ?Todos os anos a gente gosta de soltar foguetes, bombinhas aqui em casa, mas nunca tivemos um acidente?, afirmou.
?Já passei o Natal aqui no hospital e a previsão é de que eu passe o Ano Novo também. Nunca mais quero ver fogos ou bombinhas na minha frente?, garantiu Marcelo.
Acidente é comum nesta época
O caso de Marcelo não foi o único registrado em Vilhena, de acordo com o bombeiro Eduardo Bergamachi Herrmann. Somente na semana do Natal, cerca de 10 pessoas - na maior parte crianças e adolescentes - foram socorridas após sofrerem acidentes causados por fogos do artifício. ?Atendemos desde ferimentos graves, como amputação parcial de membros, e queimaduras?, afirma o bombeiro.
Este é o caso de Mateus Rezende Lacerda, de 15 anos. Ele sofreu queimadura nos dedos da mão direita ao manusear fogos de artifício no Natal. ?Eu sou acostumado a soltar foguetes. Não sei o que aconteceu. Foi um barulho muito grande e tinha muito sangue em minha mão?, diz o adolescente.
Comerciante no ramo de artefatos, Celma Alves Rezende, mãe de Mateus, conta que a venda de foguetes e bombinhas na véspera do Natal foi grande, mas após o acidente do filho, deixou de comercializar os produtos. ?Não quero que ninguém passe por esse sofrimento que a minha família está passando?, diz Celma.
Mateus, de 15 anos, sofreu queimadura nos dedos da mão direita ao soltar um artefato (Foto: Andréia Machado/G1)
Cuidado com as crianças
Segundo Hermann, a tendência é de que o número de acidentes envolvendo fogos de artifício aumente na próxima semana, com as comemorações do Ano Novo. ?Muitas pessoas gostam de comemorar a virada de ano soltando fogos e isso pode ser muito perigoso".
Aos pais, o bombeiro faz um alerta. É preciso ter consciência de que ao deixar os filhos brincarem com fogos de artifício, os pais colocam a vida das crianças em risco. "O melhor é não arriscar", disse Hermann.