Morar na rua que corta as quadras 249 e 250 do bairro Dirceu II, zona Sudeste de Teresina, não está sendo fácil. A rua já possui um histórico difícil de erosões, buracos e afundamentos do solo, que de acordo com os moradores é “fofo” e tem uma tubulação precária. O problema tem provocado o aparecimento de enormes buracos.
E essa é apenas a ponta do iceberg. Para completar, na mesma rua existe uma galeria entupida que tira o sossego da população com transbordos e mau cheiro. A estrutura da galeria é apontada como a grande responsável por tudo.
Esse problema acontece há pelo menos 20 anos, tanto que os remendos no asfalto dos lugares onde outrora haviam crateras são bastante perceptíveis. Vez ou outra abre um, sobretudo no período de chuvas. Isso porque, quando chove, muita água precisa passar pela tubulação, que é de PVC e não suporta a pressão.
A Prefeitura Municipal de Teresina iniciou a troca de alguns encanamentos de plástico por estruturas de concreto (manilhas), mas é necessário um serviço ainda mais completo para evitar os transtornos.
O mais novo buraco fica bem em frente a casa do aposentado João Evangelista, que é o mais prejudicado da rua. Até para estacionar o carro na garagem é difícil, por conta do imenso grotão que abriu em frente a sua residência.
“A gente tem medo que ameace a estrutura das casas, algumas do início da rua já até racharam. A prefeitura queria só jogar um massará [aponta para o monte de areia ao lado do buraco], mas não deixamos, e eles dizem que vão fazer o serviço segunda-feira (hoje)”, afirma.
E além do perigo de prejudicar as edificações, “cair no buraco” é uma expressão comum entre os moradores. “Como não tem sinalização, corre o risco de cair moto, carro, gente, é um absurdo. Já falamos com a prefeitura e eles estão sabendo desse problema que enfrentamos há anos”, reitera João Evangelista.
A reclamação do morador é oportuna. Recentemente foi noticiado na imprensa o caso de um pai que transitava com a mulher e dois filhos pequenos pela via - em cima de uma moto - quando caíram no buraco e todos ficaram feridos.
Galeria é ameaça para crianças
Mais à frente, chegando numa quadra esportiva que também fica na rua, logo na esquina se vê a boca da galeria que tem trazido tantos problemas por causa do encanamento de polímero. A visão é nauseante: um buraco fundo, com tamanho para engolir um gato ou cachorro, com um cheiro podre, coberta de teias de aranha e baratas.
A moradora Pâmela Keyla teme que crianças pequenas caíam no buraco. "Além do cheiro, corre o risco de alguém tropeçar ou mesmo uma criança pequena cair na galeria", denuncia. "É preciso uma estrutura que proteja a entrada", completa.
Além disso, a moça também explica como os transbordos e o mau cheiro exalados da galeria atrapalham aquela comunidade. "Teve uma vez que o esgoto entrou dentro de casa, e o cheiro é horrível. Não tem nem como ficar na porta de casa", afirma Pâmela.
Obras devem iniciar hoje
A Prefeitura Municipal de Teresina promete iniciar hoje (8), através da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zonal Sudeste (SDU/Sudeste), o processo de recuperação da galeria localizada na rua entre as quadras 249 e 250 do Dirceu II. A estrutura, que vem se deteriorando com o tempo, deve ser finalizada até o dia 20 de junho.
As intervenções realizadas vão acabar com os vazamentos e a formação de crateras na via. A partir da substituição integral dos canos de PVC por tubulação de concreto, espera-se que o problema não volte a acontecer. A SDU/Sudeste quer resolver esse problema crônico o quanto antes.