Galeria transborda e derruba casas no Saci

A galeria no bairro Saci ficou entupida com lixo e alagou a Rua João Henrique Gaioso, provocando destruição em diversas casas.

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O cenário é de destruição. A galeria na Rua João Henrique Gaioso, no Saci, zona Sul de Teresina, transbordou com as chuvas do domingo (20), derrubou muros e invadiu casas, causando muitos estragos. O bueiro não suporta mais a força das águas que recolhe de ruas e avenidas de todo o bairro. Moradores estão vivendo em sucessivas inundações, alagamentos e desabamentos, principalmente em períodos chuvosos. Além disso, eles relatam ter perdido móveis, alimentos e até animais de criação.

Crédito: José Alves Filho

A galeria no Saci deixa os moradores em uma situação perigosa. O problema está nas aberturas do bueiro,    que é estreito e pequeno e não suporta a quantidade da água de chuvas. Com a combinação do lixo que é jogado, a água transbordou e invadiu uma praça, atingindo três casas ao fundo.

A moradora Antonize Alves foi a que teve a situação de sua residência mais acentuada. Um muro de contenção no quintal foi derrubado e a água invadiu todos os cômodos. A marca da água na parede marcava 1 metro. “Eu perdi geladeira, máquina de lavar, colchão, sofá, roupas, calçados como você pode ver”, relata Antenize, que ainda se encontrava abalada.

No sábado, todas as compras de supermercado feitas pela moradora foram perdidas. Os vizinhos tentaram ajudar no que puderam. “Ainda tentamos, à noite, recolher os sacos de arroz, pacotes de feijão espalhados na rua”, afirmou a vizinha Arineudes Nunes. Ela protesta que são os próprios moradores que aterraram o local. “Nós gastamos para viver num lugar como esse e aterramos. A solução está nas bocas das galerias e isso não é um problema difícil de resolver”.

Crédito: José Alves Filho

O morador João Batista tentou resgatar parte dos animais de criação no quintal. Ele teve a perna machucada após ser arrastado, no momento em que o muro do quintal veio abaixo. “Tentei ainda salvar meus bichinhos, mas a água os matou. Cinco galinhas foram soterradas e ainda perdi um bode que foi arrastado e morreu preso em arames”, disse.

João Batista, morador antigo na região, sente o mesmo drama. “A Prefeitura não limpa, mas as pessoas insistem em jogar lixo”, reconhece.

Crédito: José Alves Filho

A galeria tem mais de 12 metros de profundidade. Com o temporal, a tampa do bueiro estourou. Indignado, o morador João teme que novos acidentes aconteçam e que a galeria possa servir de armadilhas para novos prejuízos. “A galeria não suportou e estourou. Perdi meu muro porque aqui ficou um buraco, um 'piscinão'”, comentou.

Sentada na porta de casa, a poucos metros, Bruna Valéria também teve parte do quarto de sua casa invadida, sobre a qual ela improvisa um dique para ver se contém a força da água. Ela e a família passaram pelo susto mais de uma vez. “Já é a segunda vez que acontece isso. A primeira estava com meu filho recém-nascido e agora parte do piso do meu quarto rachou”, disse.

Para os moradores, a solução está na abertura do diâmetro das bocas das galerias que entopem rápido e na terraplanagem do terreno. Além de inundações e dos riscos de desabamentos, quem reside às margens de bueiros está diariamente suscetível a doenças como arboviroses, “porque é muriçoca e mosca demais”, segundo relata uma moradora.

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