Dificilmente você se lembrará da Frontier Attack, versão especial da picape da Nissan que viveu entre 2005 e 2008. Tratava-se de um pacote estético composto, basicamente, por rodas e detalhes na cor grafite, rack de teto e adesivos estampados na base da porta. Se você não lembra, tudo bem: a marca japonesa decidiu repetir a fórmula na atual geração do utilitário.
Mas, ao contrário da antiga versão, a atual Frontier Attack faz parte definitivamente da gama, e não será uma opção transitória. O lançamento se baseia nas configurações SE e LE e tem os seguintes preços: R$ 93.900 (SE Attack 4x2), R$ 100.990 (SE Attack 4x4) e R$ 127.490 (LE Attack 4x4). A versão de entrada XE, portanto, fica de fora do time Attack.
Para justificar o aumento de preço em relação às demais versões, a Frontier Attack traz como diferenciais praticamente os mesmo itens destacados na antiga picape: rodas (aro 16), grade dianteira, maçanetas e retrovisores externos pintados de cinza; faróis com máscara negra, pneus de uso misto terra/asfalto e adesivos que remetem à versão. Internamente, há um novo rádio, que na LE conta com tela de 4,3 polegadas.
Segundo a Nissan, a configuração Attack venderá entre 30% e 40% do total de emplacamentos da Frontier. O diretor de Marketing da empresa, Murilo Moreno, descarta a curto prazo uma opção com cabine simples, mas vê a Frontier ganhando cada vez mais volume de vendas, o que, futuramente, viabilizaria uma nova opção de carroceria. A cabine estendida está fora dos planos.
Impressões
A Nissan Frontier é mais um daqueles casos de carro injustiçado. É a penúltima colocada da categoria, mesmo sendo semelhante às líderes Toyota Hilux e Mitsubishi L200 e muito melhor do que as combalidas Chevrolet S10 e Ford Ranger ? só bate na quase invisível Volkswagen Amarok.
A posição de guiar é elogiável, lembrando a de um sedã, e a visibilidade é ótima. Quatro ocupantes viajam com muito conforto e espaço, mas lá atrás os passageiros vão em posição mais baixa, típica de picapes desse porte ? e conseqüentemente com os joelhos mais flexionados, o que pode causar certo desconforto em longos percursos. O acabamento é caprichado e a arquitetura interna transpira certo requinte. Destaque para o volante de boa pegada e com comandos do rádio e do piloto automático ? e que lembra o de modelos importados da Nissan ? e a alça de apoio que facilita ao acesso à fileira de trás. Ruim, mesmo, é a caçamba pequena.
Num trecho off-road com alto nível de dificuldade, a Frontier simplesmente ?passeou?. Alguns obstáculos, à primeira vista, pareciam intransponíveis, e a picape da Nissan superou-os como um carro que atravessa uma lombada. Chegava a dar medo um determinado trecho que inclinava o veículo quase em 90º, numa descida ? e esbanjando habilidade, a Frontier desceu numa boa, apenas usando a marcha reduzida e dispensando a atuação do motorista, que limita-se apenas a direcionar o carro. De modo geral, a Frontier surpreendeu pela competência no fora de estrada, com bons ângulos de ataque e saída.
Fizemos o percurso com a Frontier equipada com câmbio manual e depois automático. O primeiro tem engates não muito dóceis, mas razoáveis para uma picape ? numa comparação superficial, ficam entre a dureza dos de Ranger e S10, e a precisão e facilidade dos da Amarok.
Sob o capô, o motor 2.5 16V turbodiesel, definitivamente, não tem pôneis malditos. Os 144 cv e 36,3 kgfm de torque da SE e 172 cv e 41,1 kgfm da LE têm vigor de sobra. Maldição, mesmo, foi não andar com a Frontier sequer 1 km no asfalto, pavimento onde exclusivamente andará grande parte dos proprietários da picape.