A França irá seguir com a implantação de seu imposto sobre grandes empresas digitais como Google, Facebook e afins este ano, independentemente de haver ou não progresso em relação a um acordo internacional sobre o assunto, disse seu ministro das Finanças nesta quinta-feira. As informações são do O Globo.
A França se ofereceu em janeiro para suspender até o final do ano parcelas de seu imposto sobre a renda das grandes empresas digitais no país, enquanto um acordo internacional para reescrever as regras da tributação transnacional é negociado.
"Nunca um imposto digital foi mais legítimo e necessário", disse o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, a jornalistas em uma teleconferência, acrescentando que essas empresas estavam se saindo melhor do que a maioria durante a crise do coronavírus.
Quase 140 países estão negociando a primeira grande reformulação das regras tributárias internacionais em mais de uma geração, para levar em conta o surgimento de grandes empresas de tecnologia que frequentemente registram seus lucros em países com baixa tributação.
No entanto, as consequências da pandemia de coronavírus deixaram os ministérios das Finanças mais focados em salvar suas economias do que em revisar regras fiscais desatualizadas, tornando o prazo do final do ano para encerrar as negociações cada vez mais longe de ser atingido.
"De qualquer forma, a França aplicará, como sempre indicou, um imposto sobre os gigantes digitais em 2020, seja em forma internacional se houver um acordo ou em forma nacional se não houver acordo", disse Le Maire.
O imposto nacional da França tem sido uma fonte de discórdia com Washington, que considera que ele visa injustamente as empresas digitais dos EUA.