As primeiras consequências do encerramento da produção de veículos da Ford no Brasil, divulgado em janeiro, devem acontecer em breve. A fabricante, que atualmente tem 283 concessionárias vinculadas a seu nome, deve perder 160 lojas, que terão de encerrar suas atividades ou fechar negócio com outras marcas.
Isso porque a Ford acredita que 120 é o número ideal de revendas para se adequar à sua operação de venda de carros premium. No Brasil, a montadora terá apenas modelos importados de Argentina (Ranger), Canadá (Edge), China (Territory), EUA (Mustang), México (Bronco Sport) e Uruguai (Transit).
Muitos dos 138 empresários que detêm os atuais 238 pontos de venda da Ford já começaram a sondar o interesse de outras fabricantes que buscam atuar em mercados ainda não explorados ou expandir seu negócio.
Ao abrir mão de algumas concessionárias importantes, a relação da Ford com esse grupo de empresários fica enfraquecida. Dessa forma a concorrência pode fazer ofertas mais interessantes, causando a perda de pontos estratégicos de venda para a oval azul.
A Lei Renato Ferrari, que estabelece uma série de regras para o setor, afirma, porém, que uma limitação da área de atuação deve ser respeitada, evitando uma concentração exagerada de uma marca em um único local.
Outro fator que pode manter a fidelidade de algumas revendas é o investimento feito para adequar os espaços ao padrão global de arquitetura da Ford. O dinheiro gasto no processo de adequação do local pode fazer a diferença na decisão.
Como uma grande frota de carros da marca ainda roda pelo país, as concessionárias que mantiverem suas atividades vão continuar fornecendo assistência técnica para esses veículos enquanto o processo de mudança do negócio não é totalmente implementado.