A Força Aérea dos EUA abriu uma investigação interna depois da descoberta de restos mortais no trem de pouso de um dos C-17 Globemaster III que participaram de uma operação de resgate de cidadãos americanos e afegãos no aeroporto de Cabul, entre domingo e segunda-feira.
De acordo com comunicado, a aeronave foi cercada quando taxiava pela pista, e centenas de pessoas tentavam embarcar — por isso, afirma a Força Aérea, “diante de uma situação de segurança que se deteriorou rapidamente, a tripulação do C-17 decidiu deixar a base aérea o quanto antes”.
No domingo, logo depois de o Talibã invadir Cabul, efetivamente derrubando o governo de Ashraf Ghani e assumindo o palácio presidencial, centenas de pessoas rumaram para o aeroporto em busca de voos para deixar imediatamente o Afeganistão. Entre elas, além de cidadãos estrangeiros, afegãos que prestaram serviços para outros governos ou para as forças internacionais que estão prestes a se retirar em definitivo do país, após 20 anos.
Cenas de pessoas agarradas a escadas, pontes de embarque e amontoadas no pátio das aeronaves traduziram o temor de boa parte da população com o retorno do Talibã — nas imagens mais dramáticas, divulgadas na segunda-feira, pessoas tentavam subir a bordo de um C-17 dos EUA, já em movimento. A Força Aérea não revelou se o avião envolvido na investigação era o mesmo que aparece no vídeo.
Alguns deles chegaram a se agarrar à fuselagem do avião, e vídeos gravados por celulares mostram o que seria pelo menos um corpo caindo da aeronave quando ela já estava no ar. Não foi informado se outras pessoas também morreram dessa maneira — ao todo, o tumulto no aeroporto de Cabul deixou sete vítimas.
Nesta terça-feira, os voos partindo da capital foram retomados, mas a prioridade está sendo dada a cidadãos estrangeiros e alguns afegãos qualificados.