Foguetes atingiram três locais do Iraque neste sábado (4), inclusive uma base que abriga forças norte-americanas e uma área próxima à embaixada dos EUA, sem causar mortes.
Os incidentes ocorreram no mesmo dia em que milhares de pessoas foram às ruas em Bagdá para participar do funeral do general Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã, morto pelos EUA no Iraque na quinta-feira (2).
Não há confirmação oficial de quem fez os disparos neste sábado. Antes dos foguetes que explodiram em Bagdá neste sábado, os outros desdobramentos mais importantes da morte do general Soleimani, foram:
- O preço do petróleo imediatamente subiu ao maior nível desde abril de 2019.
- Líderes iranianos declararam luto e prometem vingança contra o ataque.
- Donald Trump disse que os EUA atuaram para "parar uma guerra, não começar uma".
- Os EUA anunciaram envio de 3 mil soldados ao Oriente Médio como medida de precaução, segundo o Pentágono.
- O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, visitou a família de Soleimani e homenageou o general.
- Dezenas de milhares de pessoas acompanharam o funeral no Iraque neste sábado e se manifestaram contra os EUA.
O funeral de Soleiman terá duração de 4 dias e passará por 4 cidades. Neste sábado, saiu de Kadhimiya, um distrito xiita de Bagdá, e deverá chegar ao Irã. No domingo (5) parte para a cidade sagrada de Mashhad.
Na segunda-feira (6) o cortejo seguirá para Teerã e, na terça-feira (7), chegará a Kerman, cidade natal do general, onde será enterrado o corpo.
General assassinado
Qassem Soleimani tinha 62 anos e era um alto líder das forças militares iranianas. Ele foi o general da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, um braço paramilitar de elite que responde diretamente ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país há 30 anos.
Soleimani era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país, e foi muito próximo ao líder supremo Khamenei.
O ataque que matou Soleimani foi feito por mísseis lançados por drone. Os EUA o acusam de diversos atos de terror.
Escalada de tensão
A escalada recente de tensão entre EUA e Irã começou quando milícias apoiadas pelos iranianos dispararam mísseis contra uma base militar no Iraque.
Os EUA responderam com bombardeios que deixaram 24 mortos. Os dois países já estiveram na iminência de uma guerra em junho do ano passado.
A relação entre os EUA e o Irã passa por 40 anos de rivalidade, cujo marco inicial foi a Revolução Islâmica de 1979. A desconfiança da população em relação aos EUA ajudou o líder Khomeini a consolidar o sucesso da revolução.