Um depoimento obtido da investigação que aponta a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) como mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, mostra que a parlamentar teria oferecido uma filha afetiva do casal para pastores estrangeiros.
"(A testemunha) lembra que em determinada época (os familiares) receberam a visita de pastores pentecostais estrangeiros. (...) O declarante lembra que, como forma de recepção para os tais pastores, (uma das filhas) foi oferecida sexualmente para os mesmos. Flordelis foi quem fez a oferta"
As testemunhas relatam também relações sexuais entre Anderson e uma filha afetiva, além de noitadas em "casas de swing". Segundo a denúncia, há uma "completa dissociação entre a imagem construída e as práticas do grupo familiar".
"A testemunha se recorda que [o pastor] Anderson (...) com a permissão de Flordelis (...) se relacionava sexualmente" com uma das filhas afetivas, que "não gostava dessa situação, mas obedecia" a mãe.
Mandante do crime
Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, Flordelis mandou matar o marido por questões financeiras e poder na família -- -- o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
Nesta segunda, oito pessoas foram presas pelo envolvimento no crime, durante a Operação Lucas 12.
Flordelis não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar -- quando somente flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão.
Segundo a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis começou a tentar matar o marido em maio de 2018, botando arsênico na comida dele.
As prisões foram expedidas pela 3ª Vara Criminal de Niterói, que aceitou a denúncia do MP e tornou Flordelis ré.
Resumo
O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família -- o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
Flordelis é uma das 11 pessoas denunciadas pelo MPRJ (veja a lista abaixo).
Após o crime, Flordelis relatou em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto em um assalto.
A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela responderá por tentativa de homicídio.