Começa nesta segunda-feira a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. E, apesar de acontecer há 15 anos no país, ainda há quem olhe com desconfiança para o imunizante. Médicos, no entanto, garantem: não há o que temer. Por isso, quem está no grupo determinado pelo Ministério da Saúde para receber a dose não tem motivos para inventar desculpas e deixar de ir a um posto de saúde até o dia 26, quando acaba a vacinação.
O principal mito vinculado à injeção é que ela faz a pessoa ficar gripada.
- A vacina distribuída no Brasil é feita de vírus inativados e purificados. Não há como ela causar a doença sem os vírus estarem vivos - explica a infectologista Nancy Bellei, da Comissão de Influenza da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Segundo a médica, o que ocorre, às vezes, é que a pessoa pega um vírus de outra doença respiratória na mesma semana que tomou a vacina, e acaba tendo sintomas semelhantes aos da gripe.
Todo ano, o imunizante é atualizado para acompanhar as mutações do vírus.
Participante da campanha há seis anos, a enfermeira Thayene Varella, de 23 anos, assegura que nunca teve reação à vacina e sequer ficou gripada desde então.
- Os idosos são mais desconfiados, mas ela é muito segura. Se fizesse mal, não seria aplicada em gestantes - diz Thayene, que também imuniza pacientes no Centro Municipal de Saúde Alice Tibiriçá, no Irajá.
Infectologista da Comissão de Influenza da SBI, Nancy Bellei explica que, após a vacinação, o imunizante cai na circulação sanguínea e chega aos linfócitos, células de defesa que produzem anticorpos. Em torno de 15 dias, o organismo já fabricou uma boa quantidade de anticorpos, que ficam no sangue e nos órgãos para combater os vírus.
Os anticorpos são neutralizantes. Eles grudam no vírus e não o deixam penetrar na célula. Fora dela, o vírus morre. Quanto mais anticorpos, mais rapidamente se consegue controlar uma infecção.
A médica alerta que a gripe pode ser uma doença grave:
- Pessoas dos grupos de risco têm mais chances de ter complicações pulmonares. Pacientes crônicos ainda correm risco de ter doenças preexistentes, como diabetes e hipertensão, agravadas.