Fim da era da Shein e da Temu? França aprova lei contra o fast fashion

O Parlamento francês aprovou medidas rigorosas para combater o fast fashion, incluindo a proibição de publicidade e a imposição de uma taxa ambiental.

Shein e Temu. | Cezaro De Luca/Europa Press via Getty Images/ Reprodução
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Em uma decisão que marca um novo capítulo da indústria da moda,  na última quinta-feira (08), o Parlamento francês aprovou uma série de medidas rigorosas contra o fast fashion. A nova lei, que visa frear o crescimento acelerado de empresas como a Shein, inclui a proibição da publicidade de roupas baratas e a imposição de uma taxa ambiental sobre essas peças.

O QUE É O FAST FASHION?

Se trata de um modelo de negócio que se baseia na produção em massa de roupas a baixo custo e com alta frequência, elevando o consumo e descarte rápido de produtos. Diante disso, a medida, proposta pelo partido de Emmanuel Macron, o Horizons, tem como objetivo principal proteger o meio ambiente e defender as marcas nacionais, uma vez que o mercado francês sofreu um impacto negativo. 

IMPACTO NA NATUREZA

Segundo a deputada Anne-Cecile Violland, do Horizons, o setor têxtil é um dos mais poluentes do mundo, sendo responsável por 10% das emissões de gases do efeito estufa e por uma grande quantidade de poluição da água. Em seu exemplo, ela citou a Shein, gigante chinesa do fast fashion, que produz cerca de 7.200 novas peças de roupa por dia.

O QUE IRÁ MUDAR?

A nova lei francesa, que deve entrar em vigor após a aprovação do Senado, estabelece critérios para identificar as marcas de fast fashion, como o volume de peças produzidas e a rapidez com que as coleções são renovadas. As empresas enquadradas nesses critérios estarão sujeitas a uma taxa ambiental que começará em 5 euros por peça e poderá chegar a 10 euros até 2030.

A taxa, que não poderá ultrapassar 50% do valor final do produto, será destinada a subsidiar e auxiliar vendedores de roupas sustentáveis, nivelando o campo de jogo no mercado, segundo a deputada.

“Legislar os excessos da moda ultra rápida”, afirmou Christophe Bechu, ministro da Transição Climática.

Shein e Temu

A medida será um “golpe” para a Temu e Shein, ambas empresas chinesas, sendo as mais atingidas pela nova legislação. A Shein, conhecida por produzir milhares de novas peças por dia a preços baixos, argumentou à agência de notícias Reuters que suas roupas atendem à demanda dos consumidores e que a taxa irá prejudicar o poder de compra dos franceses.

No entanto, para ambientalistas e defensores da moda sustentável, a medida é um passo fundamental. Charlotte Soulary, da associação Zero Waste France, comemorou a decisão, destacando que o fast fashion incentiva a produção de roupas descartáveis, prejudicando o meio ambiente e a economia circular.

“Com a sua estratégia de marketing agressiva, o fast-fashion leva-nos a comprar mais roupa. Estamos a comprar o dobro das peças de roupa em comparação há 20 anos e duram metade do tempo, pois são peças de má qualidade”, afirmou a ambientalista. 

Com informações da Reuters e AFP


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