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Fiéis lotam Catedral da Sé após morte de Papa Francisco

Fiéis e lideranças católicas celebram legado do pontífice em emocionante cerimônia presidida pelo cardeal Dom Odilo Scherer em São Paulo

Catedral da Sé lotada | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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Os bancos e corredores da Catedral da Sé, no centro de São Paulo, receberam uma multidão de fiéis na tarde desta segunda-feira (21) para a missa em sufrágio pelo Papa Francisco, falecido pela manhã aos 88 anos. Celebrada pelo cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, a cerimônia começou às 12h com um altar adornado por flores e uma foto do pontífice argentino.

Dom Odilo destaca humanidade do Papa

Em sua homilia, o cardeal paulista ressaltou a profunda humanidade de Francisco: "Ele nunca escondeu sua condição humana, mesmo em sua fragilidade. Não escondeu ser cadeirante quando não pôde mais caminhar, nem sua condição de enfermo durante as semanas de internação". Scherer destacou como o Papa manteve até o fim seu compromisso com os mais vulneráveis - "dos pobres e idosos às crianças não desejadas, migrantes e refugiados" - deixando como legado a mensagem de que "não podemos descartar a pessoa humana".

Emoção dos fiéis

Entre os presentes, Elza Rosa, 74 anos, compartilhou sua dor: "Está doendo muito. Ele era uma pessoa santa e muito querida". Já Milton Moreira, 80 anos, destacou a humildade do pontífice: "Ele deu a vida pela unidade e pela paz no mundo". A consultora Dina Cavallari, 60 anos, lembrou da mente aberta de Francisco: "Desde a pessoa mais humilde, independente de crença ou sexualidade, ele sempre teve acolhimento".

Coletiva destaca reformas do pontificado

Antes da missa, Dom Odilo falou a jornalistas sobre os principais avanços do papado como a atualização da Igreja segundo os princípios do Concílio Vaticano II, o combate rigoroso aos casos de abuso no clero, a xpansão do Colégio Cardinalício para incluir regiões periféricas, orientação missionária voltada para as necessidades do mundo contemporâneo

O cardeal ressaltou que Francisco "pôs a mão na chaga" dos escândalos de pedofilia com medidas legislativas duras, embora reconheça que o desafio permanece. Sobre o futuro, Scherer destacou que o Papa deixou uma Igreja mais diversa, com cardeais de países onde a presença católica é mínima, reforçando seu compromisso com as "periferias geográficas, sociais e eclesiais".

Legado que permanece

Enquanto a Igreja se prepara para o Conclave que elegerá o sucessor, a cerimônia na Sé mostrou como Francisco marcou não apenas a instituição, mas o coração dos fiéis comuns. Sua capacidade de conciliar tradição e reforma, fortaleza e vulnerabilidade, continua a inspirar católicos em São Paulo e no mundo. A mensagem final do cardeal sintetiza este legado: "Este mundo precisa estar presente para não ficar desumano" - um chamado que ecoa além das paredes da catedral.

Con informações de Agência Brasil

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