A falta de água tem sido uma constante, principalmente, aos moradores de quatro comunidades do Bairro Angelim, zona Sul de Teresina. Há quatro meses, a água só chega em suas residências na madrugada e são obrigados ficarem acordados para armazenar a água a ser consumida no dia seguinte.
Os moradores que são do Angelim I e IV, do loteamento Sete Estrelas e do Residencial Parque dos Sonhos, têm reclamado da água que já era escassa na região e ficou ainda mais rara por conta de uma intervenção no sistema de distribuição de água na área, que precisou ser feita para abastecer os residenciais próximos. É o que explica Francisco John, líder comunitário da região afetada.
“Desde quando colocaram esta bomba aqui, para levar água aos residenciais como o Parque VItória, Dignidade, Santa Fé, Conjunto Mário Covas e um conjunto novo da Caixa Econômica, que a água só chega à meia-noite e vai embora às 2h ou 3h da manhã. São mais de 100 famílias que têm sentido na pele as dificuldades de viver sem água. É desumano”, desabafa.
O líder comunitário afirma que por enquanto não há nenhum posicionamento da Agespisa. “A Agespisa só vem aqui para ajeitar essa bomba, que é quando vamos cobrar soluções. Mas não nos dão atenção. Enquanto isso, nos viramos como podemos”, relata.
E é no processo de se virar como podem que Josefa de Cardoso, moradora da região, para ter a roupa de sua família limpa, segue com um carrinho de mão com as roupas sujas até às margens do rio Parnaíba.
“Estamos com as torneiras secas. A água só chega depois da meia-noite. Eu estou sendo obrigada a lavar minhas roupas no rio. Saio com o meu marido empurrando o carrinho de mão ladeira abaixo, só para ter como vestir os meninos.
E para quem ainda trabalha, como eu, chego a passar mal de sono e cansaço no meu trabalho”, afirma a moradora que ainda cuida dos netos Suelen Vitória, de 1 ano, e Matheus Machado, de 8 anos.
O problema se torna pior quando o morador precisa da água para manter o seu negócio funcionando, como é o caso de Valdenice da Silva, que é vendedora de salgadinhos e diz que fica impossível trabalhar sem a devida higiene.
“No meu comércio mesmo, não tenho muito retorno porque não vou trabalhar sem dar higiene aos meus clientes.
Está horrível essa situação. Minha casa é na ladeira, então a água não chega mesmo. Tive que comprar um depósito para guardar água, pelo menos para consumir, já que lavar roupa e fazer a higiene da casa ninguém consegue”, garante a moradora.
A equipe do Jornal Meio Norte entrou em contato com a Agespisa, por meio da Assessoria de Comunicação, que sem ao menos ouvir a real situação dos moradores da região do Angelim, afirmou que o problema da falta de água é dos próprios moradores, por danificarem o sistema de distribuição de água.