Algumas famílias que moram hoje no Residencial Francisca Trindade, na região da Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina, estão correndo o risco de serem despejadas a qualquer momento de suas residências. Elas ocuparam as casas do residencial há cerca de cinco anos, mas os donos exigem ter os seus imóveis de volta.
O Residencial Francisca Trindade é um dos mais antigos de Teresina e muitas pessoas contempladas com as residências no local não compareceram para habitá-las ou apareceram depois e elas acabaram sendo ocupadas por pessoas que se diziam sem casa para morar.
Na manhã da última segunda-feira (03) a dona de casa Rosa Maria do Nascimento viu todos os seus móveis serem retirados de dentro da casa onde ela mora há cinco anos.
O despejo foi resultado de um processo judicial, ganho pelos donos da residência. "Agora não tenho para onde ir. Tenho cinco filhos e minhas coisas só não estão no meio da rua porque eu coloquei tudo na igreja. Cheguei aqui há cinco anos e a casa era um "buraco" cheio de mato e lixo.
Ninguém morava nela. Eu organizei tudo e agora tenho que sair dela", reclamou. Em situação parecida está Francisca Melo da Silva, que também mora no local há cinco anos. Ela conta que ocupou uma residência que estava desabitada e agora corre o risco de ter que deixá-la, já que os seus donos também já iniciaram um processo judicial para terem a casa de volta.
"O processo está rolando e eu já participei de algumas audiências. Em uma delas os donos me sugeriram que eu pagasse pela casa, mas eu não tenho a quantia que ele me exigiram. Certamente o juiz dará ganho de causa para eles e eu terei que sair, mas não sei para onde", afirmou.
O desejo dos moradores é que a Prefeitura Municipal de Teresina, por meio de sua gerência de Habitação, intervenha no caso e os cadastrem para que eles possam ser contemplados com casas em outros residenciais.
A coordenadora de Habitação e Regularização Fundiária da PMT, Rogéria Sousa, afirma que as famílias que ficarem sem residência podem procurar a coordenação de Habitação para se cadastrar em outros programas e ainda a Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e de Assistênca Social (SEMTCAS), para que sejam encaminhados a algum dos programas de moradia da secretaria.
"Essa briga judicial é entre os atuais moradores das residências e os seus donos. A prefeitura está fora dessa discussão e quando coisas desse tipo acontecem nós nem chegamos a ser notificados. A nossa forma de ajudar é realizando o cadastro para outros residenciais ou encaminhando as famílias à Semtcas", argumentou.