A família de um rapaz morto na quarta-feira (14) realizou o velório e o sepultamento de um corpo errado na noite desta quinta-feira (15), no Cemitério São José, em Maceió. O morto que deveria estar no caixão era Adinael João Paes dos Santos, 19 anos, mas os parentes, incluindo os pais, tios e a namorada, não perceberam que a pessoa que velaram se tratava de José André do Nascimento Silva, 21 anos.
A troca dos corpos só foi percebida pela família de Silva, que foi velado em Messias (AL). A família de Silva levou o corpo de volta para o IML e passou a procurar pela família de Santos para explicar o ocorrido. O corpo de Silva foi desenterrado e levado para o velório, realizado na casa de parentes em Messias. Silva foi enterrado logo após o velório no cemitério de Messias
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Santos foi sepultado, definitivamente, na manhã desta sexta-feira (16), no Cemitério São José, em Maceió.
A tia de Santos, Joelma da Paz Clarindo, de 35 anos, disse ao G1 que o nervosismo pela morte do sobrinho foi o que provocou o equívoco. "Eu estava muito nervosa com a situação, com a morte dele. A gente tinha tomado muito calmante e não percebemos que o corpo estava trocado. Nem o pai dele o reconheceu. É que ele mora com outra mulher e em outra cidade e não via muito o filho."
A namorada de Santos, Ariana da Silva, 15 anos, está grávida de 7 meses e começou a passar mal no velório, o que teria afastado a atenção dos familiares para o corpo errado no caixão. "Confesso que achei um pouco de diferença, pois meu sobrinho tinha bigode e barba, mas os funcionários do IML disseram que tinham feito a barba dele e passado maquiagem para disfarçar lesões no rosto", disse Joelma.
Funcionários do IML disseram ao G1 que a falha é da família, mas admitem que houve falha também na checagem da documentação. "Quem aparece num IML e pede um corpo? Só pode ser parente da vítima. De qualquer forma, faltou olhar direito os documentos", disse um dos legistas, que preferiu não se identificar.
Outro fator que pode ter provocado a troca dos corpos é que Santos e Silva morreram baleados na quarta-feira, no mesmo horário. As duas famílias disseram à reportagem da TV Gazeta de Alagoas que os dois rapazes eram mesmo parecidos fisicamente e que apenas uma tatuagem no braço de Santos permitiu confirmar a troca dos corpos.