Falta de recursos inviabiliza merenda em escola de tempo integral em Teresina

Os estudantes dos Centros de Educação em Tempo Integral (CETI) Maria Melo, Darcy Araújo e Governador Dirceu Mendes Arcoverde estão sendo liberados mais cedo e diretores tiveram que rever calendário

Merenda | José Alves Filho
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Os Centros de Educação em Tempo Integral (CETI) Maria Melo, Darcy Araújo e Governador Dirceu Mendes Arcoverde, localizados na zona Leste de Teresina, estão passando por momentos difíceis nos últimos meses em razão da falta de merenda escolar. Isso acontece porque os recursos da merenda não estão sendo repassados às escolas pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Piauí (SEDUC), e os alunos estão ficando sem almoço.

Sem a alimentação adequada, o rendimento escolar cai e os diretores são obrigados a adequar a carga horária apenas pela manhã, liberando os alunos para casa no horário do almoço. As escolas deveriam funcionar em tempo integral, mas os alunos têm as atividades prejudicadas para dar lugar às disciplinas que têm prioridade junto ao Ministério da Educação (MEC). As escolas de outras regiões da cidade também estão sendo prejudicadas.

Os alunos do CETI Darcy Araújo, localizado no bairro de Fátima, estão sem almoço desde o dia 8 de setembro. Para a diretora Verônica Matias, a situação é complicada, pois prejudica o rendimento escolar: “O repasse para o almoço está atrasado aqui no Darcy Araújo, assim como o das outras escolas.

Os alunos estão sendo liberados às 11h45 porque não tem almoço, e isso está prejudicando o rendimento escolar, pois como somos uma escola de tempo integral, estamos reduzindo a carga horária pela metade. Isso, sem dúvida, pode prejudicar o período letivo. Eles dizem que é uma crise financeira”, declara.

Já no CETI Maria Melo, o almoço foi cortado há cerca de um mês. Sem arroz e feijão nas panelas, a merendeira Francisca Dias Lima diz que só é servido um lanche reforçado para os alunos: “O lanche tem todo dia, fazemos reforçado, mas o almoço não tá tendo porque as contas estão atrasadas e não tem dinheiro para comprar as coisas. Estamos esperando liberar alguma coisa a qualquer hora”, afirma.

Veraleide Barros Martins, diretora do CETI Maria Melo, diz que tem se comunicado por e-mail com a SEDUC, que orientou a direção da escola a reprogramar o calendário escolar: “A escola está funcionando até 12h30 e dois dias da semana até 16h30, fazendo atividades didáticas. Tivemos que diminuir a quantidade de aulas, antes eram seis e agora só são 4. Mas estamos tentando fazer da melhor forma possível”, declara.

Diretores precisam modificar calendário das escolas

No Centro Estadual de Educação Profissionalizante de Tempo Integral Governador Dirceu Mendes Arcoverde, a situação não é diferente. O repasse do almoço foi cortado há dois meses, os alunos estão perdendo as horas de estudo e o conteúdo deixa de ser repassado. Desta forma, o calendário escolar teve que ser alterado para se adequar às novas condições.

Segundo a diretora Ana Cristina Alves, o processo de ensino-aprendizagem é prejudicado com a falta do almoço porque as disciplinas são ministradas mais rapidamente: “Aqui deveria funcionar de 7h às 16h10. A partir do momento que os alunos ficam apenas durante um turno, nós temos que reprogramar todo o calendário escolar para que as atividades se concentrem apenas no turno da manhã e eles sejam liberados a tarde para almoçar em casa”, diz.

Verba para a merenda está sendo viabilizada, diz SEDUC



A equipe de reportagem do Jornal Meio Norte buscou contato junto à Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Piauí (SEDUC) para obter mais informações sobre a situação vivenciada nos Centros de Educação em Tempo Integral (CETI). Segundo Clésica Ribeiro, superintendente de gestão da SEDUC, o Governo do Estado do Piauí está se esforçando para retomar o almoço normal nas escolas: “Nós pagamos agora no início do mês uma parcela do almoço, que ficou acertada junto à Secretaria da Fazenda (SEFAZ). Agora estamos buscando mais uma parcela da verba, e uma contrapartida do Governo do Estado no valor de R$ 1,2 milhão”, declara.

Clésica afirma que a SEDUC está seguindo as orientações da SEFAZ: “Estamos devendo menos os fornecedores de alimentação escolar do que no início do Governo. Estamos seguindo as orientações da SEFAZ para que o almoço volte a ser oferecido normalmente”, finaliza a superintendente de gestão da SEDUC.

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