Uma explosão dentro de uma mesquita do ramo xiita do Islã na província de Kunduz, no Afeganistão, deixou ao menos cem mortos e feridos nesta sexta-feira (8), de acordo com a missão da ONU no país, que atribiu o número a informações ainda preliminares.
"O incidente de hoje é parte de um padrão perturbador de violência: terceiro ataque mortal esta semana, aparentemente visando uma instituição religiosa. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo incidente de domingo, próximo a uma mesquita de Cabul. Ainda não se sabe o autor do ataque de quarta-feira a uma madrassa em Khost", informou a ONU no Twitter.
Na mesma rede social, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, se pronunciou sobre o caso e disse que o crime será investigado.
"Esta tarde ocorreu uma explosão em uma mesquita de nossos compatriotas xiitas no distrito de Khan Abad de Bandar, na capital da província de Kunduz, e vários de nossos compatriotas foram martirizados e feridos", publicou.
Em entrevista ao portal Aamaj News, Jahanzib Salarzai, que trabalha no hospital de Kunduz, disse que o número de feridos na explosão "era muito alto" e que a unidade de saúde tinha "um baixo estoque de sangue". Vídeos publicados nas redes sociais mostram pessoas gritando e correndo pelas ruas e diversas vítimas dentro do templo.
Ataque mais fatal
Em entrevista à emissora CNN, o porta-voz da província de Kunduz, Matiullah Rohani, informou que a explosão foi resultado de um ataque suicida. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do crime, que já é considerado o mais fatal desde que o Talibã tomou o poder do país, em 15 de agosto.
No domingo passado, um ataque parecido foi registrada em Cabul. Uma explosão ocorreu na principal via do lado de fora da mesquita Edi Gah, onde estava sendo conduzida uma cerimônia para a mãe do porta-voz Mujahid, segundo a Reuters.
Um dirigente do Talibã chegou a afirmar que ao menos duas pessoas morreram e três ficaram feridas, mas o número não foi confirmado oficialmente. O Estado Islâmico do Khorasan, braço afegão do EI conhecido pela sigla em inglês Isis-K, está ativo no país. O Isis-K é inimigo do Talibã.