Homens do 25º BC, de Teresina , devem chegar à capital maranhense, São Luís, nos próximos dias, para reforçar o contingente do Exército, já que os policiais militares do estado estão em greve. Ontem, os soldados se espalharam em quatro subáreas da cidade, patrulhando praças, rotatórias, terminais de ônibus, rodoviária, aeroporto e outros locais de grande aglomeração.
O 50º Batalhão de Infantaria da Selva (BIS), de Imperatriz, e militares da Aeronáutica ? sediados em Alcântara ? também foram convocados para atuar na segurança do estado. A Aeronáutica fornecerá homens para auxiliar nas operações do aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, de São Luís.
Policiais militares e bombeiros do Maranhão entram hoje no quarto dia de paralisação sem perspectiva à vista de acordo com o governo. Aproximadamente 2 mil grevistas seguem ocupando a sede da Assembleia Legislativa do estado. Ontem (25), depois de uma noite em que a capital maranhense viveu uma onda de boatos sobre arrastões, 350 homens do 24º Batalhão de Caçadores (BC), comandado pelo tenente-coronel Flávio Botelho Peregrino, saíram às ruas de São Luís, somando-se aos perto de 300 da Força Nacional que já estão no estado. Ao meio-dia, o secretário de Segurança Pública Aluísio Mendes informou que o comando operacional do policiamento do estado passa a ser do Exército, até o fim da greve.
Movimento continua
Apesar da decretação de ilegalidade da greve dos policiais militares e bombeiros do estado, na quinta-feira (24), pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), cerca de 2 mil grevistas continuam acampados na sede da Assembleia Legislativa, no Sítio do Rangedor.
A direção da Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão (Assepma) e o comando de greve informaram que ainda não foram notificados oficialmente sobre qualquer decisão da Justiça, no que se refere a multas por descumprimento da decisão ou sobre o pedido de prisão dos líderes do movimento.
Segundo o cabo PM Roberto Campos Filho, diretor da Assepma, os manifestantes só souberam pela imprensa da decisão proferida pelo desembargador Stélio Muniz, em resposta a ação protocolada pelo governo do estado. O policial disse que a categoria está apenas reivindicando um direito pertinente e justo, que não tem sido respeitado pela governadora Roseana. ?Ela deveria sentar com as corporações e negociar, mas, ao contrário, acha que pode retaliar e intimidar o movimento chamando a Força Nacional e o Exército. O bloqueio que fizemos na porta da Assembleia na noite de quinta-feira (24), foi porque soubemos que o exército estava vindo até aqui para prender os líderes da greve, e isso não vamos aceitar?, disse o cabo Campos.
Os militares em greve reivindicam reajuste salarial de 30%; melhores condições de trabalho; reestruturação do plano de carreiras e redução da carga horária de 72 para 40 horas.