O alerta não é novo, mas é cada vez mais necessário. O diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer de mama, um dos que mais matam mulheres em todo o Brasil. Neste dia 08 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer, o doutor em Radiologia, médico Gérson Prado, reafirma: exames radiológicos de rotina são fundamentais para diagnóstico e tratamento adequados.
No Piauí, as mulheres vêm tomando consciência, ao longo dos anos, da necessidade de acompanhamento. ?Essas observações podem e devem começar em casa, com auto-exames nas mamas, mas certamente a consulta médica e confirmação através de exames radiológicos são essenciais para que a detecção seja o mais rápida possível e a cura também possa ser uma possibilidade?, diz o Radiologista, que também é professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (Ufpi).
O médico mostra em números a realidade ainda bastante lamentável do país. No final de 2010, o Inca informou que 11 mil mulheres morrem de câncer de mama por ano no Brasil, o que representa 2,5% das mortes femininas no país. Estima-se para o biênio 2010-2011 um total de 500 mil novos casos de câncer, e destes, 49 mil casos relacionados à mama. ?O importante é lembrar às mulheres que se elas estiverem bem orientadas e se prevenirem, podem evitar que a doença chegue a um estágio mais avançado e podem se curar, mas a observação radiológica será sempre necessária, como forma de acompanhar possíveis recidivas?, explica o médico.
O médico lembra ainda que um dado novo vem acontecendo nos últimos anos, que é o surgimento cada vez mais cedo de casos da doença, em mulheres de até 19 anos. A última pesquisa feita pelo Inca, em parceria com o Hospital do Câncer de São Paulo, é de 2005. Na época, registrou-se um crescimento de 17% dos casos de câncer de mama em mulheres abaixo dos 39 anos, três vezes mais que o esperado. Recentemente, o Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) concluiu pesquisa que endossa os dados: nos últimos três anos, 15% das pacientes têm menos de 45 anos. Foram analisados 2.573 casos.
Segundo Gérson Prado, isso faz com que o comportamento da mulher também mude, sendo necessário um acompanhamento médico frequente e cada vez mais cedo, além de exames de mama mais precoces.