O ex-interno da Febem Anderson Marcos Batista, 25, acusado de extors?o pelo padre J?lio Lancelotti, 58, disse ? pol?cia que manteve um relacionamento homossexual com o religioso por cerca de oito anos em troca de dinheiro e negou ter praticado extors?o.
"Era tudo presente", disse o advogado de Batista, Nelson Bernardo da Costa, 49, que deu detalhes do depoimento. A reportagem n?o teve acesso aos documentos, mas a pol?cia confirmou que as declara?es do ex-interno foram nessa linha. Procurado ontem, padre J?lio n?o quis comentar o assunto. Seu advogado, o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh ligado ? Igreja, disse que o religioso ? uma v?tima.
Batista foi detido na noite de sexta no centro de S?o Paulo, com a sua mulher, Concei??o Elet?rio, 44, e Evandro dos Santos Guimar?es, 28 -irm?o de Everson dos Santos Guimar?es, 26, preso em flagrante em 6 de setembro, sob a mesma acusa??o. O trio estava foragido desde 9 de outubro.
Em agosto, o padre procurou a pol?cia para denunciar Batista. Disse que o ex-interno o chantageava e fazia amea?as, entre elas que iria denunci?-lo falsamente por pedofilia.
Na ocasi?o, padre J?lio disse ter pago R$ 50 mil a Batista, em tr?s anos. Na ?ltima ter?a, ele corrigiu o valor para R$ 80 mil.
Ontem, o advogado do religioso disse estimar em R$ 140 mil a R$ 150 mil a quantia repassada. Lancelotti afirma ter entregue o dinheiro por medo de ser agredido pelo grupo e, ainda, por crer que "poderia mudar as pessoas que o extorquiam". Costa disse que a quantia repassada pelo padre a seu cliente foi de R$ 600 mil a R$ 700 mil em oito anos. Com esse dinheiro, segundo o advogado, o ex-interno comprou carros de luxo e uma casa.
O delegado Andr? Luiz Pimentel disse que todos os detalhes narrados ser?o investigados, inclusive com o pedido de quebra do sigilo de uma conta banc?ria citada por Batista e atribu?da a Lancelotti.
Batista, segundo o advogado, n?o tem provas documentais do suposto relacionamento sexual com o padre, mas teria descrito detalhes do corpo do religioso que poderiam ser comprovados.
De acordo com Costa, seu cliente disse que as rela?es sexuais passaram de um abuso, durante a adolesc?ncia, para um consentimento, no in?cio da fase adulta. Por essa vers?o, Lancelotti teria ficado com ci?mes do casamento do ex-interno, h? cerca de um ano. "[Batista] Tinha uma amizade que se tornou um relacionamento sexual [com o padre].
Ele [o ex-interno] disse que aos 16, 17 anos foi abusado sexualmente pelo padre. Ele disse isso taxativamente", relatou Costa. Ainda segundo o advogado, Batista declarou que as rela?es ocorriam ap?s as missas celebradas pelo padre J?lio.